27 de fev. de 2013

SENTA A PÚA - A NOVA ORDEM LOCAL III


A coluna SENTA A PÚA, assinada por Victor Matheus, faz um panorama em torno da cena rock roraimense, apontando os caminhos para o rock do extremo norte do Brasil, no melhor estilo gonzo de escrever, sentando a pua, sem perder a ternura e sem medo de jogar a caquinha no ventilator.

“Hey! Eu quero ser o seu amigo de novo!” Mas eu não, e sabe por que seu coxinha lambe saco? Aqui é a selva seu mané e você vai morrer! (risos esfuziantes). Para a alegria de nossa audiência e o desesperado GRITO DO CHORO dos coxinhas de plantão, a gente SENTA A PÚA na cena rock roraimense neste começo de 2013.

Não somos mãe Diná, e por isso nem sempre nossas previsões e expectativas anteriores se cumpriram, como nosso nobre e ímpar leitor blogger deve ter percebido ao acompanhar as republicações que fizemos da série A NOVA ORDEM LOCAL da coluna SENTA A PÚA.

Pois é, apostamos nossas fichas em 2011 e 2012 em bandas que hoje não causam qualquer relevância em nosso cenário rocker de Roraima, algumas delas até já penduraram as chuteiras, ou melhor, guardaram suas guitarras e cabos numa caixa no fundo da dispensa, mas por outro lado, comprovamos que, rara as exceções do novo rock de Roraima, o bom do rock roraimense continua pertencendo a velha guarda, que ainda indica ter muita lenha a queimar e mais ainda a ensinar a essa decadente, enfadonha, repetitiva e mais chata que programa do Silas Malafaia, nova geração do rock do extremo norte do Brasil.

Por isso, persistimos na tentativa de apontar quais bandas locais tem potencial para se destacarem na cena rock de Roraima em 2013, ou continuar se destacando, e por que devemos manter a atenção nelas, como prováveis e inquestionáveis representantes da essência do que é o rock do extremo norte do Brasil.

JAMROCK
Foto: Natasha Sarah

Parece repetitivo, mas não custa nada reafirmar: A Jamrock é a galinha dos ovos de ouro da música roraimense. Os Jambas transcendem o rock, o reggae, o regionalismo, e vem forjando ano a pós ano em seu currículo a experiência necessária para não se intimidar logo menos quando começa a alçar vôos mais altos em sua carreira, com a participação do SESC AMAZÔNIA DAS ARTES, e no mega festival amazonense HEY YOU FESTIVAL. A superlotação semanal de todas as quintas na Casa do Neuber para os shows da Jamrock é a prova incontestável que estamos presenciando a história da música roraimense sendo escrita por uma das bandas mais talentosas de todos os tempos de Roraima, sem contar que logo menos chega o segundo trabalho da banda, JAMROCK AO VIVO NA CASA DO NEUBER. Nós continuamos torcendo pelo sucesso dos Jambas! Vida longa com muita jamurida.

DITAMBAH

Enfim uma banda de lastro na nova geração do rock roraimense... Parece que finalmente a cena rock local ficou saturada da mesmice enlatada e coletivada de bandinhas de hardcore tipo “transamérica” e bandinhas pseudo pop indie reggae que faz musica bonitinha e mela cueca pra tocar na rádio e fazer as ninfetinhas pingarem calcinhas, mas que não resistem a um verão no rock local. A Ditambah veio pra mudar o jogo, trazendo seu som sujo, cuspindo na cara da sociedade letras verdadeiras, ácidas, poéticas, viscerais, resgatando a essência do que deve ser uma banda de rock: Atitude, chute na cara, sem medo de entrar pra briga, e não se moldar as tendências “dixcoladas” que na sua maioria são afetadas pela síndrome pós Los Hermanos e NX zero... Porran! Já estava cansado de ouvir bandinhas novas de RR que insistem em copiar o que rola no top 10 do Multishow/Transamérica. O rock é atitude, lembra? A Ditambah chega para nos lembrar de onde viemos e pra onde devemos caminhar quando o assunto é rock.

IEKUANA

Porque a “velha guarda” do rock roraimense continua forjando a história? Porque bandas como a Iekuana fazem parte desse seleto grupo. Enquanto as bandas de proveta abortam aos quilos por aí, a Iekuana segue firme e forte, como concreto, fazendo um som único e pesado, agora aditivado com a entrada definitiva de Rimolo Pina na bateria. O primeiro disco da banda enfim será lançado este ano, e já há shows confirmados em Porto Velho – Ro em maio deste ano. Chegou a hora da Iekuana atacar de vez a região norte, e não se surpreendam se a tribo underground mais atuante do rock roraimense dominar o rock independente do Extremo Norte do Brasil. Disso eu nunca duvidei.

OLD FUNEREAL

Mais um integrante do hall da fama da velha guarda do rock roraimense, o metal old school da banda OLD FUNERAL colocou novamente o metal roraimense no centro das atenções. Ainda pouco conhecida do “grande” público local, a Old Funereal está aí na labuta metálica underground roraimense desde 2005, com seu black metal old school com letras em português (uma raridade no gênero) mas só agora vem sendo reconhecida localmente. Na conta da banda já estão participações em festivais de metal do Amazonas, Maranhão, e recentemente shows na Bolívia. A banda retorna ao país em Agosto para mais shows, além de aumentar o número de shows em 2013 em Boa Vista, através da parceria em eventos da Associação dos Headbanguers e o Blog Roraimarocknroll. O Metal Roraimense volta a ganhar força, e tem na Old Funereal o caminho para voltar aos bons tempos de glória do passado.

GARDEN

Existem na história do rock de todos os tempos, bandas lendárias, que hoje se encontram no “esquecimento”, mas que em sua biografia merecem a honra de serem colocadas entre as maiores de todos os tempos... Nazareth, ZZ Top, Thin Lizzy são alguns exemplos de bandas que merecem esse título. Em Roraima, temos as nossas lendas do rock, e a banda Garden é hoje uma delas, porque vem desde 1996 escrevendo sua história no rock do extremo norte do Brasil. Tal qual um bom vinho, os garden’s só vem melhorando com o tempo, e o segundo disco a ser lançado este ano prova que muito mais que uma excelente banda cover de RR, a banda Garden também é uma ótima banda autoral, de excelentes músicos e músicas de destaque. A maturidade chegou para a banda que agora procura se reinventar em sua carreira, lançando novo disco e remodelando sua sonoridade autoral. Não precisam provar nada a ninguém, e ainda são o modelo para qualquer nova banda local que queira ser grande um dia. Mesmo na ativa ainda, já se tornaram lendas, e para as lendas sempre haverá espaço e reconhecimento.

VELUDO BRANCO

Ok bicho! Sei que muitos narizes vão torcer agora, e muito pós rancor será despertado novamente, mas não vamos ser hipócritas... Qual banda local já lançou 2 discos (sendo um deles ao vivo, o primeiro do gênero rock de RR), 2 EP’s, 2 vídeo clipes oficiais, e já dividiu o palco com as maiores estrelas do rock brazuca da década de 80, 90 e anos 2000, destaque de vários portais de música independente do Brasil, e será a primeira banda local a lançar um DVD Oficial em 2013? A Veludo Branco é apenas mais uma das milhares bandas independentes do Brasil, mas é preciso dar o braço a torcer e reconhecer que se falando de rock roraimense, não há outra banda com currículo de mais lastro de credibilidade que do power trio roraimense. Podemos ser indigestos, amados por uns, odiados e invejados por muitos, mas fazemos a história e isso ninguém pode negar, ou vão deixar o ego afetado e invejoso falar mais alto?

E OS OUTROS?

Uma pergunta deve ter ficado no ar: “E as outras bandas locais?” Bastardos ou não, as outras bandas da cena precisam refletir sobre o que desejam para suas carreiras, afinal, se a RECLIVE continuar se apoiando em plágios continuará como está, no ostracismo coletivo juntamente com a piada sem graça do rock roraimense, a banda JOHNNY MANERO, que de manero só tem as músicas dos tempos de Elvis From Hell, mas que pelo menos tem mais atitude que a THE JOY, mais um grupo com síndrome de Los Hermanos que parece lenda do sacy pererê junto com a pé frabricada FORTÚNIA, todo mundo fala, mas ninguém vê tocando... Porque não tem público nos shows que faz!

Já a banda HAADJ passou da hora de assumir o que deseja da vida rocker, se tornar mais uma banda cover da noite boa-vistense ou apostar de vez no seu bom trabalho autoral, que se limita a escassas apresentações em eventos dedicados ao gênero. Pô galera! Vamos apostar mais no trabalho próprio, pois parece que rola uma insegurança em vestir a camisa do time e cair pra dentro saca? Fica a dica, de coração moçada...

O que aconteceu com as bandas de hardcore roraimense? 

Cair pra dentro já não é problema pro ARROTO DO SAPO, KANDELABRUS, KLETHUS e SHEEP, que não querem e não precisam provar nada a ninguém também... Fazem seu som quando e com quem bem entenderem, pois sabem muito bem que seus nomes já estão cravados na calçada da fama do rock roraimense. Suas escolhas não são da conta de ninguém, apesar de que gostaríamos de ver muito mais essas bandas em ação no rock local. Torcemos que em 2013 seja assim para elas.

Alguém aí anda sentindo saudade do “antigo novo rock roraimense”? Por onde andam OSTIN, ALTF4, INSERT ROCK, HOPES, VIVERDE e HCL? Quem sabe ta na hora dessa galera mexer a bundinha de novo e voltar à ativa, pelo menos teremos um Batman pulando do telhado loucamente com sua guitar menphis, acompanhando as danças frenéticas de teto de vidro de Felipe Veras, enquanto os corrosivos da HCL acertam algum poste por aí depois de uma noite de esbórnia no Chacrinha Chopp’s, sem claro , deixar de alugar o indie rock esquizofrênico divertido da banda Viverde que canta mais afinado e empolgante que a HOPES, que prefere ler sms no cel no meio do show do que interagir com o público e fazer os pulinhos de franguinho da panela da molecada esforçada da INSERT ROCK... Enquanto isso o rock gospel vêm ganhando força na cena, louvando a Deus e recrutando novos seguidores na Praça das Águas... E se você não concorda com nada do que foi escrito aqui o problema é seu, porque eu não quero ser seu amigo de novo... Deu pra entender ou precisa desenhar?

Fecha a Conta.

Nenhum comentário: