23 de jun. de 2011

SKINNI FESTIVAL- O QUE FICA?


por Victor Matheus - Blog Roraimarocknroll

Enfim chego à última parte da crônica sobre o Skinni Festival. Dessa vez compartilho quais foram minhas impressões e conclusões finais sobre o evento que deu nova cara ao rock roraimense. 

METAS ALCANÇADAS

A proposta principal do Skinni Festival foi alcançada com êxito. Enfim conseguimos realizar um festival de rock em Roraima que valorizasse plenamente as bandas locais, pagando cachê, premiando, divulgando amplamente, disponibilizando espaços para se apresentarem e principalmente colaborando pro crescimento artístico das mesmas.

Também fomentamos a cadeia produtiva relacionada ao evento. Empresas investiram no Festival e tiveram suas marcas divulgadas de forma ampla, em todas as redes e veículos de comunicação, dando um retorno de visibilidade expressivo. Estúdios de ensaio aumentaram seus lucros pela demanda de bandas ensaiando a exaustão na busca de melhorar a qualidade musical e de seus shows. Lojas de instrumentos musicais aumentaram as vendas de produtos relacionados a bandas de rock. Estabelecimentos comerciais de entretenimento noturno lucraram mais com o aumento de público nos eventos relacionados ao Festival. As bandas ganharam novos espaços e convites para tocar em ambientes antes indisponíveis para esse tipo de proposta musical. Fazer rock autoral em Roraima virou um lance Cool e prestigiado.

Não só fomentando a cadeia produtiva, o Skinni Festival cumpriu também sua meta com as campanhas sociais que promoveu. Foram arrecadada quase meia tonelada de alimentos que estão sendo doada para os desabrigados das enchentes em Roraima, abrigo infantil, casa do Vovô, entre outros.

O Skinni Festival também foi o primeiro festival de rock de Roraima que teve cobertura da mídia nacional. Resenhas do Festival foram publicada no portal Dynamite (com média 3 milhões de acessos mensal), Blog Zapnroll (com média de 60 mil acessos mensal), e uma matéria especial para o Caderno 2 do jornal Estado de São Paulo (um dos 4 maiores jornais impressos do Brasil na atualidade) sobre o Festival e a cena rock de Roraima que estará sendo publicada em breve, mostrando a nova cara do rock n’roll do extremo norte do Brasil, e colocando Roraima de vez no mapa da cultura, em especial o rock independente brasileiro, atraindo olhares do país todo.

A NOVA CARA DO ROCK RORAIMENSE

Através dos pocket shows com entrada franca, o Skinni Festival apresentou para o público, várias bandas locais que antes não tinham espaço para tocar e divulgar seus trabalhos, com exceção de poucos eventos esporádicos que acontecem na cidade, e além de tudo, sem nenhuma ou pouca divulgação. Em conseqüência, várias delas tiveram destaque, conquistando novos fãs, recebendo convites para tocar em pubs, e tendo a oportunidade de apresentar seu trabalho com maior visibilidade. Mais legal ainda, foi observar que antes do Skinni Festival, as bandas não prestigiavam os shows de outras, levando a competição pro lado pessoal. Depois do Skinni Festival, em shows de bandas autorais em Roraima, vemos novamente integrantes de outras bandas que não estão participando irem prestigiar, igual como era anos atrás, mostrando que a união só fortalece. A competição tem que existir, pois só assim o nível melhora e o público agradece, mas deve se limitar somente em cima do palco, com o melhor show, a melhor música, o melhor solo de guitarra. Fora dele todos que fazem parte dessa máquina têm e devem se ajudar, na divulgação, no prestígio do show dos amigos entre outras coisas. A nova cara do rock roraimense chutou pra escanteio as panelinhas, fez as máscaras caírem e colocaram de novo todos de igual pra igual. É assim que tem que ser, e pelo visto a cena caminha para essa filosofia, só não podemos deixar morrer a história, e dar seguimento ao que estamos plantando agora.

O QUE FICA?

O Skinni Festival se tornou uma referência em Festival de rock em Roraima, considerado pela crítica, público, investidores e bandas um dos melhores, senão o melhor festival de rock até então, realizado no Sesc Centro, e o modelo que deve ser seguido daqui para frente por aqueles que promovem eventos desse tipo em Roraima. 

O reconhecimento desse mérito se deve principalmente ao esforço das bandas na colaboração na construção do festival. Sem elas, a razão pelo festival existir, o Skinni Festival não teria sido o sucesso que foi. Os shows de bom nível apresentado no festival foram reflexos desse esforço de todas em melhorar sua qualidade artística em cima do palco e fora dele. Cada uma, na sua praia, conquistou seu espaço e colheu bons frutos por ter feito parte dessa empreitada. 

Kandelabrus mostrou a força do metal roraimense e vem agora com o primeiro disco a ser lançado; Ostin reformulou a formação e colocou ordem na casa, voltando a ser uma das referências do HC local; H.C.L surpreendeu a todos, provando que é a banda de HC com mais punch e palco para tocar não só em RR mas também em qualquer canto do Brasil. Mr Jungle provou que ainda está na vanguarda do rock roraimense; Johnny Manero passou de uma banda subestimada para a mais nova promessa do rock local; Jamrock se consolidou com uma das grandes bandas da cena e a mais prestigiada pelo público; E as bandas Sheep, Veludo Branco, HAADJ, Insert Rock, AltF4, Rolling Bones, Hábito Noturno, Paricarana, que participaram dos pocket shows, mostraram que o rock roraimense está bem servido de bandas legais, cada uma na sua praia, evoluindo ao seu tempo, formando seu público, e acima de tudo, unindo forças para consolidar o cenário do rock local.

O Skinni Festival promoveu a independência do rock roraimense, ao pé da letra. Foi o primeiro passo para a transformação da estagnada cena local que antes só vivia na sombra do comodismo e de panelas. Boas sementes foram plantadas e cabe agora a todos que ajudaram a plantá-las, regá-las e degustar dos frutos vindouros. 

Parabéns a todos que fizeram parte dessa empreitada e meus agradecimentos sem tamanho aos que de alguma forma colaboraram para que eu, Victor Matheus, conseguisse materializar um sonho pessoal construído ao longo de 11 meses. 

Enfim vencemos a batalha. A guerra ainda não, mas é questão de tempo para derrubarmos os generais.

Fecha a Conta.

AGRADECIMENTOS

Muitas empresas e pessoas fizeram parte na construção e execução do Skinni Festival, e merecem aqui ser citadas e publicamente agradecidas pelas valiosas colaborações e incentivos. 

Ao Sesc Roraima, em especial o senhor Kildo Albuquerque e a Gerência de Cultura, pela parceria na realização do Festival e apoio irrestrito para que o evento acontecesse.

Aos patrocinadores: Chopperia Chacrinha, Academia Word Gym, Jornal Folha de Boa Vista, Foto Roraima, Ótica Diniz, Shop Som, Nuclear Skate Shop, Espetinho tia Lú, Amatur Turismo, Loja Menina do Rio, Gruta Stúdio, Instituto Bateras Beats por acreditar na proposta e investir na cultura do rock roraimense.

Aos apoiadores e parceiros: Departamento de Cultura da UFRR, Evanilson Tatoo, Fotógrafo e Designer Saulo Oliveira, KS Stúdio, Churrascaria Elmans e Delícias, TV Ativa, Blog Som do Norte, Blog Manifesto Underground, Blog Zapnroll, Portal Dynamite, Empresário Dolinha, Arroz Tio Ivo, Arroz Faccio.

Aos colaboradores do Festival, cada um, em sua função e sua disposição, contribuiu para que o evento acontecesse da forma que foi. São eles: Seu Washington, Seu Ídio, Dona Vera, Jaime Brasil, Cesar Matuza, Mirocem Beltrão, Lanne Prata, Mathias Gazela, Ronny Cavalera, Paulo Henrrique, Cleber, Glauber, Piu Piu, Sérgio “Cagão”, Gleison “Mala”.

As bandas que participaram dos eventos do Festival. São elas: Hábito Noturno, Veludo Branco, Sheep, Jamrock, H.C.L, Ostin, Insert Rock, HAADJ, Johnny Manero, Kandelabrus, Paricarana, AltF4, Rolling Bones, Mr Jungle, Tudo Pelos Ares (AM) e Dust Road (AM).

E ao público que abraçou nossa idéia e prestigiou todos os eventos promovidos pelo Skinni Festival.

3 comentários:

Camila Marques disse...

Se deve haver concorrência e essa concorrência pressuponha ser “saudável”, não devemos considerar “GENERAIS” com hegemonia e legítima representação da cena. Mas havemos de considerar que mesmo numa guerra havemos de ser ÉTICOS, coisa que em MINHA concepção a organização do SKINNI NÃO FOI NEM DE LONGE DIGNA desta característica. Uma promoção de um evento voltada para o sensacionalismo, compromete toda a cadeia produtiva cultural, onde os parceiros e patrocinadores têm a sua marca comprometida com as baixarias promovidas pela organização do evento. Concordo que a concorrência é de fundamental importância para o crescimento da cena, mas dessa forma CHULA só tende a comprometer o futuro cultural da coisa pretendida. Poderíamos até usar o dito popular: “Quem não tem teto de vidro que atire a primeira pedra” e nesse contexto a organização do SKINNI tem muito a caminhar. E nem preciso dizer de qual lado estou. Estou com a ética!

;)

Jacy Neto disse...

Ei Matheus, bom post. Só tem um porém, nós não ensaiamos nenhuma vez, repito, nehuma vez em estúdio.

Faltava a grana.

Mas a casa do André é foda!!

Cesar... disse...

acho q o skinni e toda a polêmica desses ultimos meses foi necessária pra dar o chacoalhão em todo mundo da cena, sairam todos do estado de quase sono para uma nova realidade, daqui pra frente veremos como vai ficar, volta a estagnação ou realmente foi um divisor de águas tudo isso., vamos ver se todos os meios (adequados ou não) justificarão os fins. è preciso tempo pra ver se alguem nisso tudo tem razão, pq de santo, nenhum dos dois lados tem NADA.
De imediato, quem ganha com tudo isso, é o publico, e isso já é algo de bom a colher disso tudo!

\m/