20 de jun. de 2011

SKINNI FESTIVAL – PARTE 3: PÉ NA PORTA E SOCO NA CARA


Por Victor Matheus - Blog Roraimarocknroll

Desde que resolvi chutar a bunda da então estagnada cena rock roraimense, percebi que finalmente as bandas se acordaram que hipócritas tapinhas nas costas e automasturbação não colaboram em nada para um grupo de rock que realmente almeja ser valorizado e reconhecido. É “na bordoada” que aprendemos o que é certo e errado, e o que precisamos fazer para não “apanharmos” mais. Só chorar as pitangas, como se vê muitos fazendo por aí, não vai me comover. Se a banda toca bem, terá meu aplauso, independente do baixista ser chorão e recalcado (como no caso do ilustre “flofi floco rolling baby chorão”, que toca numa banda com potencial, mas que precisa de humildade, trabalhar mais e chorar menos). Se não sabe nem afinar seu instrumento (como acontecia com os Johnny Maneros no início, mas que assistiram a primeira lição para bandas de rock e hoje não vacilam mais), eu sinto muito, mas meus ouvidos não são penico. Critico as bandas não para sacanear, mas para colaborar com o crescimento delas. Se não fosse as críticas que recebemos no começo da Veludo Branco, tenho certeza que ainda seríamos apenas mais uma banda de rock, sem qualquer história para contar, mas felizmente tivemos maturidade para absorver as bordoadas e aprender a lidar com os revés de nossa caminhada. Agora se os músicos daqui não têm maturidade para aceitá-las é simples, ignore-as e continue na automasturbação. Ponto final.

Essa foi à principal pauta que insisti nas reuniões com as bandas que participariam do Skinni Festival (evento principal). O discurso sempre era: “Façam sua parte, ensaiem, afinem seus instrumentos, apresentem o melhor show de suas vidas. Se preocupem em tocar o melhor que puderem que o resto é conseqüência do esforço e trabalho de vocês”. Parece que a persistência nesse ponto, pelo menos com as bandas locais que participaram do Skinni (Evento Principal) valeu à pena. Surpreendi-me com o que vi no Sesc Centro: Bandas locais dando o sangue em cima do palco, provando não para mim ou para qualquer outro, mas para elas mesmas que quando queremos algo, e corremos atrás, temos o retorno em igual escala. Agora é a vez de comentar sobre os shows do Skinni Festival, do meu ponto de vista. Se minha opinião incomoda, pare de ler o texto agora mesmo. Procure publicações na rede sobre festas de forró, dicas de roupas de oncinha e comentários sobre finais de série de TV americana, que devem ser mais construtivos para suas vidas e de valor realmente cultural e relevante, pois na minha vida não colabora e nem subtrai em nada. Repetindo, é minha opinião, e assino em baixo.

JAMROCK

Escalada aos 45 minutos do segundo tempo para o Festival, a JAMROCK mal teve tempo de plugar seus instrumentos e ter uma passagem de som compatível com das outras bandas participantes devido aos problemas elétricos. Mesmo assim souberam lidar com os problemas no início de seu show, como a reverberação do violão de GABI e a falta de regulagem inicial da altura de volume dos instrumentos nos PA’s. Em mais um show (já estou me acostumando) subiram ao palco com o jogo ganho, público fiel e um repertório redondo e afiado. Suas músicas próprias (radiofônicas, mas nenhum pouco descartável) serviram de inspiração para a noite que começara torta, mas terminaria triunfante. O destaque do show dessa vez ficou por conta do guitarrista HYAGO, o “mago” dos efeitos psy. Eu imagino o que ele ainda vai tirar da cartola nos próximos anos. Se “Futuro Bom” cheira a novo hino da juventude dessa década, “Praia” tem tudo para ser o single que colocará a banda de vez na vanguarda do reggae/rock roraimense. Só resta aguardar os próximos passos da banda mais promissora da cena.

MR JUNGLE


Se a banda tem músicos bons, tocando num som bom, com iluminação f*** que resultado terá: Um show digno de aplausos e reverência. A MR JUNGLE resolveu chutar a apatia e entregou um show antológico. Caminharam no terreno que sabem fazer bem, mesclando músicas novas com clássicos do primeiro disco, tocando absurdamente alto, o que não é nada ruim se a banda for competente e coesa. Nossos ouvidos ficaram devidamente danificados e agradecidos. Pode faltar carisma na banda, mas em termos de musicalidade, os Jungles ainda são um dos faróis do rock roraimense.

JOHNNY MANERO

Subestimada por muitos, inclusive por mim, a banda JOHNNY MANERO vêm numa crescente e constante na cena. A cada show as músicas próprias da banda ganham mais liga e audiência, e mesmo com a limitação técnica de seus músicos, o grupo compensa no vigor em cima do palco. A prova do esforço e do trabalho deles foi conferida no show mais animado do festival. Músicas simples, letras legais, riffs chicletes e integrantes caricatos transformam a mistura dos Johnnys num lance legal de se ver e ouvir. O hit JOHNNY MANERO, o novo hino do rock local, foi cantada a plenos pulmões pelo público que curtiu o show da banda no gargalo do palco e o resultado do esforço da banda em fazer um show de rock como tem que ser (o melhor deles até então) e um trabalho de divulgação e combate corpo a corpo foi sentido na contabilidade de votos dos prêmios para as bandas participantes: Venceram de disparada, e provaram que mais do que só tocar 3 notas na guitarra, é preciso saber como tocá-las com o coração, e os Johnnys aprenderam certinho essa lição. Parabéns.

KANDELABRUS

Sinceramente não entendendo qual é a do público metal de Roraima. Há bandas legais do gênero na cena, apesar de estarem ocultas por aí, mas sabemos que existem e quando rola show de bandas desse gênero não vemos os headbangers prestigiando. Preconceito? Talvez. É lamentável porque a Kandelabrus fez o show (outra vez) mais técnico e pesado de um Festival de rock de Roraima. Se no Grito do Rock a banda reivindicou seu título dentro da ainda prematura cena metal local, dessa vez, se consolidaram como os novos “embaixadores” do metal roraimense. É absurdo o nível técnico do guitarrista Guto, e a facilidade com que o batera Ronny Cavalera “brinca” em sua bateria. Vou contratá-lo como meu personal trainer (risos). Foi nítido que o público, composto na maioria por teens e kids morgou e se dispersou no show da banda. Eram os “filhos bastardos” da história, mas não se intimidaram e passaram o rodo, sem dó nem piedade e presentearam com um p*** show para aqueles que curtem música boa tocada por músicos bons, não aqueles fofi rock radiofônicos e andrógenos. A Kandelabrus ainda vai surpreender muito na cena. Eu aposto que sim. 

OSTIN

Há males que vem pra bem na vida. Se o atraso do início do festival irritou todos, principalmente o público, para a banda OSTIN, deve ter servido de combustível para apresentarem um show acima da média. A maior surpresa do Festival subiu ao palco com sua nova formação, ainda crua em alguns aspectos, mas longe daquele grupo de “galinhas saltitantes” que vimos no GR BV. Se o novo baixista IGOR GORDUROSO mostrou claramente sua insegurança em cima do palco, se limitando a apenas tocar timidamente seu baixo, o vocalista FELIPE VERAS e o baterista LUCAS “LUKYSTRIKE” LUCCHESI compensaram no tesão em cantar e tocar. VERAS cantou com uma raiva punk as canções açucaradas do grupo, sob medida para corações colegiais despedaçados, enquanto Lucas literalmente “esmurrava” a bateria. Porra! Baterista tem que tocar assim! Yeah! O guitarrista Fabson cumpriu seu papel de guitar base enquanto mais uma vez Neto Loureiro, provou porque é hoje a maior promessa da guitarra roraimense. Para ele, tocar guitarra, é igual escovar os dentes. Ainda teve tempo para canções acústicas no show num momento mais intimista. Boa sacada da galera. A Ostin voltou pra ficar, e parece que dessa vez os ponteiros se acertaram e limparam sua ficha. Para eles meus aplausos.

H.C.L

“Olha o poooooooooste”! Os corrosivos da HCL mandaram um show nervoso e sem frescura no Skinni Festival. Para eles tudo é festa, seja no Pintolândia, no Rio Branco, ou em Manaus. A banda confirmou no Skinni Festival que banda boa é aquela que toca pra se divertir, sem egos afetados ou estrelismo. Ainda falta afinar a produção artística dos beberrões, mas o carisma e o esforço em cima do palco, a exemplo de outras bandas novas, compensam no resultado. O destaque do grupo fica de novo pro baterista Tafarel, mas o baixista Dunga merece uma ressalva também, pois pra mim, o garoto deve ser filho bastardo de Canisso – do Raimundos (entenda como um elogio). Para resumir a história: Os beberrões da HCL são a típica banda que não oferece nada de novo e revolucionário, mas a roda que eles giram tem um tempero especial, que vale a pena ser repetido no prato. Conquistaram mais um fã.

TUPO PELOS ARES

Cansei de ouvir bandas tocando músicas estranhas que seguem a cartilha da nova tendência do cenário musical. Eu gosto mesmo é de rock n’roll, com letras sacanas, solos de guitarra e atitude, por isso convidei os amigos da TUDO PELOS ARES para participarem do Festival. Feito um avião Kamikase, a TPA implodiu o Sesc Centro e sem cerimônias nocauteou o público com seu rock n’roll a lá AC/DC. Ainda gozou na cara da galera covers de Deep Purple, AC/DC e Black Sabbath. Um público insano correspondeu à altura. Se toda banda de Roraima tivesse a humildade e a competência musical que a TPA têm, teríamos a cena de rock mais legal do Brasil. Parece utopia falar, mas eu sei que um dia isso vai se tornar real. Agora é aguardar a volta da banda no segundo semestre, dessa vez para um show completo, sem pressa de perder o avião.

DUST ROAD

Se a TPA gozou na cara do público, aqueles que sobreviveram ao jorro rocker dos kamikases tiveram orgasmos múltiplos quando a Dust Road subiu no palco. O trio manaura ignorou a interferência de rádio no mic e destilou petardos autorais e covers, levando os sobreviventes presentes na platéia, às 4 da manhã, ao estado de êxtase coletivo. Cahê Archer hipnotiza qualquer um com sua postura stoner, enquanto a viagem “in” de Léo Cólera no baixo nos faz lembrar que a melhor música vem mesmo dos anos 60 e 70, enquanto o batera Gil, mostra que caretice e rock n’roll pode dar liga. Encerraram o Festival com o clássico Vodoo Child, de Jimi Hendrix e uma maratona de 3 shows em 3 dias na cidade de Boa Vista. O power trio mais competente e entrosado que já presenciei ao vivo, mostrou que não precisamos importar bandas de muito longe para fazer um festival com head line top que vale o ingresso.

* Continua....

13 comentários:

MAICON FERRI disse...

pohha do caralho !
na minha opnião os comentarios estão corretos ! e isso ae !

MIROCEM disse...

Realmente o texto diz exatamente o que rolou, e bem lembrado a atitude relax da galera da jamrock que no meio do apagão do sesc (chegaram cedo pra passagem de som) nem se estressaram, ficaram numa boa tocando um violãozinho !!!

Parabéns ao festival e a vc mateus, foi um sucesso...

Lucchesi disse...

Opa.. Valeu pelo elogio.
Gostei muito do show também e vamos aos poucos melhorando.

Abraço.

E.J.Lima disse...

pooo FOI TUDO DE BOM!
OS COMENTARIOS ESTÃO 100% CERTOS

espero q o segundo semestre seja melhor aindaa!e se a tudo pelos ares voltar vai ser melhor ainda! \m/ e a dust tbm =D

não vou mentir mas a johnny tem tudo pra ser a melhor banda de rock de roraima!

Anônimo disse...

Ae Personal ta muitooo fodaaaa... auhauhau um dia eu aprendo e façoo um blog pra mim... o Skinni Foi um sucesso... parabens ae Victor Maheus Personal Gonzo...
abraçooo...

ps: Aguardem, to tentando fazer alguns milagres, mas logo logo o audio dos shows ao vivo estará saindoooo...

Anônimo disse...

O post acima é meu galera

Ronny Cavalera - Kandelabrus

Jacy Neto disse...

Melhor banda de rock de Roraima? Sério? Gostei do Elogio.
Obrigadão!

Cesar... disse...

Endosso toos comentários acima, tbm gostei de todos os shows, não vi o apagão nem a jamrock pq stava no atendimento de alimentação e translado com a DustRoad, mas s shows que vi, eu gostei, realmente as bandas estavam com vontade de tocar..
Legal ver o pessoal comentando coisas do tipo "vamos melhorar" "estamos melhorando" "vamos continuar", conscientes de que ainda nada está perfeito, há muito a evoluir ainda, mas todos tem grande capacidade, é só se dedicar.

E.J.Lima disse...

*----------*
dinadão! rsrsr
a johnny é MARA*
as letras são foda! \m/ eu tenho uma reclamação para a johnny faltou MORRA PORRA * PARA fechar a apresentação fiquei triste =/
mas nem tudo é como a gente quer!
mesmo assim curto pra caralho! =D

ANINHA K disse...

acho tao engraçado, como existe pessoas que nao sabe seu luga, nem é musico, nao é critico, nao é famoso nem regional muito menos nacionalmente, e que fazer "criticas" como sua opinião fosse fazer alguma diferença, o fato de ter dinheiro nao prova que as pessoas podem sair dizendo o que bem entender pras outras e se acha foda, fazem comentários hipócritas e de extrema falta de profissionalismo e ainda diz que é uma "critica construtiva". kkkk só rindo mesmo eu nunca visitei um estado no brasil que tivesse tanta briga e baixaria, eu ja vi uma equipe tentando desesperadamente toca em shows grande patrocinados, ja vi discussões entre integrantes de bandas mas coisa normal de convivência, mas cara cara nao em um blogue onde ninguem se defende e onde quem le nao ouve a outra versao, (ate que mata algue é ouvido) ja que vcs gostam so de le nao de olhar nos olhos pra dizer o que pensam, vai ai meu comentario escrito mas se eu tiver uma oportunidade de dizer espere que eu nao tenhoo medo de fala na cara...
OBS: EU LI QUE VC NO INICIO DA SUA BANDA ACEITOU CRITICAS PRA MELHORAR E SER QUE VC DIZ QUE É, ENTAO DA UMA LIDA BEM BOA EM TODOS OS COMENTARIOS QUE VC RECEBEU BEM DETALHADAMENTE. (HAAA JA IA ESQUECENDO SUA BANDA PRECISA DE VOCALISTA NOVO)

Jacy Neto disse...

Elainee quem é você? Ainda não lhe conheço hahahaha.
Sério mesmo, no próximo show dedicamos a música pra vc.

E.J.Lima disse...

AH não dar para falar por aqui! mas eu sempre estou com uma galerinha! sempre na frente quando vcs estão tocando! ^^ eu aceito os creditos kkk vlw

Nathalia disse...

Matheus, você que me desculpe, mas isso aqui ta começando a parecer com festa de forrozeiro... Só baixaria.