24 de jun. de 2011

CAVALO DE TRÓIA


Por Victor Matheus

Em pouco mais de meio semestre, a cena rock roraimense passou por um processo de transformação em vários aspectos que resultou numa nova proposta de se fazer música, livre de amarras e subordinações, dependendo apenas dos próprios artistas, ao seu modo, esforço e trabalho, buscar seus espaços independentes, alheio a coligações ideológicas.

Infelizmente, depois do que conhecemos agora como “nova cena rock de Roraima”, alguns vícios ainda persistem nos bastidores do movimento, onde pessoas, por inveja, ego afetado, ou por pura falta de vergonha na cara, tentam a todo o momento colocar os vários personagens da cena uns contra os outros, achando que assim estarão realmente contribuindo para a consolidação do movimento rock do extremo norte brasileiro.

Algumas bandas de Roraima, por não compactuarem com o até então modelo vigente de gestão cultural defendido por certos grupos, que a pratos limpos, mesmo tendo seus méritos pelo esforço pouco contribuiu de fato para a consolidação e crescimento da cena rock local, tiveram simplesmente seus nomes excluídos de projetos que até então estavam inseridos, porque não acordam em selar exclusivamente com uma das partes, preferindo sua independência artística.

Este fato curioso merece uma reflexa: De fato, quem realmente contribui para a consolidação da cena rock de Roraima? As bandas que unidas, buscam espaços para divulgarem seus trabalhos; produtores e organizações que promovem eventos e projetos que agregam todos; empresários que investem fortemente no mercado autoral; entidades públicas que oferecem espaços dentro de seus planos de trabalho; ou grupos de pessoas que visam apenas olhar para o próprio umbigo visando apenas beneficiar poucos que compactuam com interesses pessoais, mas usam um discurso moralista e hipócrita tentando cativar e sensibilizar os demais?


A maior parte das bandas de Roraima recebeu por muito tempo um verdadeiro presente grego por parte daqueles que se dizem promover a cultura em sua excelência. Felizmente o feitiço virou contra o feiticeiro. Quem antes usava e manipulava, e ainda o faz, em benefício de interesses pessoais, agora colhe as conseqüências, acabando no isolamento e no descrédito na praça. Sinal de novos tempos ou simplesmente o desfecho do teatro fanfarrão que teve suas vestes reveladas?

Fecha a conta.

ESTE ARTIGO FOI ORIGINALMENTE PUBLICADO NA COLUNA OPINIÃO DO JORNAL FOLHA DE BOA VISTA DE 24/06/2011

3 comentários:

Ellen Carmaine disse...

Bom post! Acho que o artigo leva a reflexão sobre o mercado roqueiro do qual estamos incluídos!

Camila Marques disse...

Ei Mateus, essa tua novela acaba quando, hein?

Cesar... disse...

Uma coisa é inegável, a movimentação amentou muito na cena em seis meses, novas bandas aproveitando os espaços, novos locais pra tocar apareceram, incluindo o Motoclube e o Chacrinha, novas propostas, novos festivais, e agora uma corrida começou pra trazer as novas bandas promissoras para perto, pra trabalhar em parceria, alavancar as "associações" com propostas, planos, projetos.. até com prospotas, de gravação de coleTãneas, produção de banda, etc.. (infelizmente algumas iniciativas tomadas só agora, por quem já tinha possibilidade, podia ter feito isso a muito tempo, tomadas apenas depois que alguem teve a iniciativa de realmente começar a fazer as coisas), mas mesmo assim, ainda bem, pelo menos está acontecendo.
houve um estimulo, a "competição" deu um chute no balde de água parada que tinha na cidade em relação ao rock.

Concorrência é saudável, e quem ganha é a galera, bandas e público. Bandas novas e já tradicionais de BV, aproveitem a onda, estão dando a faca e o queijo pra vcs, vc podem agora exigir tbm como barganha, sua qualidade e sua participação com direito de igualdade de opinião e participação. Avalie as popostas, sejam realmente ndependentes, usem seu próprio critério de escolher como querem trabalhar, verifiquem se a faca está cortando e o queijo não está podre, e aproveite as oportunidades.

Ps.: Calma nessa hora, não vistam a carapuça, não escrevi nenhuma indireta pra ninguem, vale pros dois lados dessa "disputa" produtora da cidade.