A sessão PAPO RETO do Blog Roraimarocknroll troca uma idéia franca e direta com o vocalista Siddhartha Brasil, da banda Garden, relembrando o começo de sua carreira, um dos momentos mais importantes da cena rock roraimense no início do novo milênio e os projetos futuros da banda Garden.Confira como foi o papo:
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Você é testemunha ocular da história do rock roraimense... Lembra quando foi a primeira vez que curtiu um show de rock em Boa Vista?
Siddhartha Brasil
O primeiro mesmo foi show da banda Tokio, do Supla, no Iate Clube... Lembro bem da banda Classe Média no pré show...foi muito massa. Acho que eu tinha uns 12 anos e ainda não tinha idéia que um dia iria fazer parte da cena rock, de Roraima.
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Quando você decidiu que cantaria numa banda de rock n'roll?
Siddhartha Brasil
Cara, esse lance de entrar em uma banda de rock foi de maneira despretensiosa, na verdade eu sempre nutri uma admiração pela arte, fui criado em um universo rico em música de boa qualidade e com familiares que sempre estiveram atuando. Tenho como principal exemplo meu primo Márcio Alexandre. Ele continuamente estava na minha casa e como meu pai sempre teve instrumentos musicais, o Márcio se amarrava em ir dedilhar o Ovation do meu velho e de quebra cantarolar uns Rock’s, que hoje são clássicos. Eu via tudo àquilo com muita admiração e na minha adolescência juntamos uns brothers na casa do André Dias pra “fazer” um som, som esse que até hoje nos mantem na estrada do Rock.
Siddhartha Brasil em ação com a banda Garden no 8º RR Sesc Fest Rock
Créditos: Saulo Oliveira
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Quando surgiu a banda GARDEN? Você imaginava que a banda duraria tanto tempo e gravaria discos?
Siddhartha Brasil
Não... E esse nome era o provisório, para a primeira apresentação que foi na UFRR, quando se tinha uma semana cultural. Isso foi em agosto de 1997 e nós tínhamos apenas oito músicas no nosso set list. Faz tempo né?! Discos... Na verdade a decisão de “gravar” foi só por causa da pressão da galera. Até então a gente não estava nem ai pro lance de ter música, os garden’s queriam mesmo era tocar, sem compromisso, o que a gente gostava e ainda gosta. Mais com o tempo essa vertente foi amadurecendo e hoje posso dizer que é prazeroso tocar nossas músicas e as músicas de nossos ídolos, assim como aquelas que fazem a cabeça da galera.
Banda Garden no Chacrinhas Chopps 2012 - Créditos: Saulo Oliveira
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Hoje Boa Vista tem vários picos de rock para as bandas tocarem, mas nos anos 90, o panorama era bem diferente... Quais eram as dificuldades enfrentadas pelas bandas de rock de Boa Vista desse período?
Siddhartha Brasil
Nos anos 90 as principais dificuldades eram, realmente, a falta de espaços para as poucas bandas que existiam e principalmente a falta de apoio em todas as esferas.
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Em 2001, você e amigos organizaram o 1º Fest Rock, na praça Ayrton Senna, que pra mim, inaugurou a era de ouro do rock roraimense. Que lembranças você tem daquele momento importante na historia do rock roraimense?
Siddhartha Brasil
Eu, Gustavo Abreu e Alexandre Horta. Tenho ótimas lembranças daquele momento impar. Era tudo inovador. A estrutura, a quantidade de bandas, a ansiedade se iria dar certo ou não, as bandas de Manaus e o público. Graças ao Deus do Rock foi tudo perfeito nos três dias de evento que não fazia distinção de estilos. Foi um momento agregador que ficou marcado.
Eu, Gustavo Abreu e Alexandre Horta. Tenho ótimas lembranças daquele momento impar. Era tudo inovador. A estrutura, a quantidade de bandas, a ansiedade se iria dar certo ou não, as bandas de Manaus e o público. Graças ao Deus do Rock foi tudo perfeito nos três dias de evento que não fazia distinção de estilos. Foi um momento agregador que ficou marcado.
Uns três anos depois fui ao SESC, com o projeto do Fest Rock em mãos apresentei pro Kildo Albuquerque, que acatou a idéia e me perguntou o que eu queria. Minha única exigência foi que o festival não morresse e hoje ele está ai. Houve um período que alguns parceiros do SESC distorceram a idéia do Fest Rock, segregando, distanciando e até mesmo menosprezado várias bandas locais, numa clara demonstração de egoísmo e falta de visão e respeito, tanto é que a Banda Garden ficou sem participar do Fest por um bom tempo. Mas isso foi à época, já passou e essa página já está virada. O Fest desse ano de 2012 foi, mais uma vez, um divisor de águas. Não dá pra voltar atrás.
Banda Garden no Tepequém Moto Fest 2011 - Créditos: Saulo Oliveira
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como você vê a cena rock roraimense hoje? Essa segregação entre autoral e cover ainda incomoda?
Siddhartha Brasil
Segregação é incomodo constante em qualquer aspecto da vida. Alguém seria capaz de me dizer que nunca tocou ou começou fazendo cover’s?! Cover ou autoral... pra mim tanto faz, quem manda é público e o contratante. Nós temos os dois e temos qualidade e principalmente bom senso. Sabe, hoje o que mais me incomoda são bandas com pouca qualidade e capacidade musical tendo uma projeção que os faz pensar que são os fodas do momento. Saber afinar um instrumento é o básico, que por muitas vezes é deixado de lado. Fazer caras e bocas, ter atitude rock, são atributos necessários, mas secundários, porque o bom mesmo é ser afinado, saber cantar, saber afinar a porra das cordas e saber respeitarem o ouvido dos outros seja com músicas cover ou autorais, mas que seja com qualidade. É pedir muito?
Assista a Matéria da TV RR sobre o 1º Fest Rock de 2001
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O que rock roraimense tem de melhor? e de pior?
Siddhartha Brasil
Cara, de melhor destaco a diversidade sonora e de pior a falta de qualidade em muitas bandas.
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Quais são os próximos passos dos Garden's? Sabemos que tem um disco saindo do forno... Pretendem circular em festivais ou tours para divulgar o novo trabalho?
Siddhartha Brasil
Temos sim um novo trabalho sendo preparado. Esse disco está bem a nossa cara mesmo, dessa vez encontramos nosso som. Acho que estamos ficando velhos e com outras responsabilidades por isso algumas situações tem que ser bem discutidas e estudadas por nós quatro, como tudo que se refere à Garden. Quem sabe dar um giro por aí? Isso só o tempo pode dizer.
Ouça o Single QUARTO BRANCO da banda Garden
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Pra fechar a conta...
Siddhartha Brasil
Obrigado pelo convite pra esse bate papo reto. Espero que a comunidade rock interprete minhas palavras como uma crítica positiva e construtiva, pois a minha história no rock roraimense sempre foi pautada na construção. Não tenho o menor desejo de ver essa história se acabar ou que a Banda Garden seja única nesse cenário. Torço para que um dia uma banda de Roraima, qualquer banda, possa chegar ao apogeu do Rock, por isso critiquei a falta de qualidade, porque infelizmente isso acontece. Nossos sinceros agradecimentos ao público, que nos faz viver na estrada há tanto tempo. Aos nossos apoiadores e patrocinadores como, SESC, Wolrd Gym, Folha de Boa Vista e tantos outros que sempre nos abrem as portas em determinados momentos de nossa jornada. Contatos da banda?! Sempre estamos por ai, rasgando o som, se quiser é só chegar junto e trocar uma ideia. Abraços.
Um comentário:
Se fosse mesmo para expor as memórias dos tempos antigos o Sidartha ia arranhar muita gente, mas foi modesto, isso aí, quem pode falar sobre o rock em boa vista é a garden, sempre esteve presente, sempre teve qualidade, tem mulequinho que tem que comer muita farinha pra chegar perto do que é a gaden
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