29 de jul. de 2011

PARANÓIA COLETIVA


por Victor Matheus

O atual mercado da música em Roraima vem crescendo de forma satisfatória, mostrando que a economia de mercado, a concorrência e a oferta maior de produtos dessa cadeia produtiva causam mais benefícios do que o modelo transitório de economia solidária, ainda que no papel justificando-se uma forma válida de fomento, mas na prática infelizmente executado com resultados duvidosos, que beneficia somente partes desta cadeia produtiva.

Enquanto isso, alguns personagens dessa cadeia se utilizam para proveito próprio, de algumas ferramentas que estão sendo utilizadas de forma eficiente, beneficiando todas as partes, como tem sido comprovado há algum tempo. 

Sou a favor de eventos culturais, onde bandas tocam sem receber cachê, com o propósito de apresentar seu trabalho e angariar público, quando o evento da qual fazem parte claramente expõe esse propósito, mas sou totalmente contra eventos comerciais, com bandas autorais ou covers, tocando sem receber qualquer tostão, enchendo os bolsos daqueles que os convidam para o banquete, e não recebem nem um terço deste pão.

Colocando em pratos limpos: Enquanto partes dos braços do mercado da música fomenta, de forma clara e organizada eventos, shows, produções e projetos, valorizando todos que fazem parte dessa rede, como lojas musicais, estúdios de ensaio e gravação, bandas, bares, pubs, e o público cada vez mais participativo, outras partes vêem nessas oportunidades uma maneira de tirar proveito de forma desonesta dessa rede, prejudicando principalmente as bandas.

Por conta dessa situação, uma verdadeira paranóia coletiva está surgindo na cadeia, numa corrida sem sentido para se posicionarem como os faróis de um horizonte de oportunidades, onde personagens vendem ilusão e se armam de argumentos e acusações sem cabimento tentando justificar suas ações claramente desonestas, maquiando o que está óbvio aos nossos olhos, e que nem classifico como boicote, pois não é digno nem disso, por ser tão raso e fútil. Afetam-se por questionamentos simples e diretos, fazendo verdadeiras tempestades em copo de água, ao invés de cuidar de suas vidas e assumir suas intenções.

Por fim, acreditam que estão fazendo algo realmente importante, colocando bandas para tocar de graça enquanto enchem seus bolsos, e quando o fazem, pagam cachês pouco equivalentes ao trabalho apresentado pelos grupos, principalmente os covers, que tiram seu sustento dessa labuta. Falta vergonha na cara e mais respeito com os artistas. Tapinha nas costas e conversa fiada só engana por um tempo, o suficiente para o tiro acertar o próprio pé.

2 comentários:

Cesar... disse...

onde rola muito dinheiro, sou a favor da banda sim cobrar, seja cover ou autoral, a musica é um trabalho tambem, e tem q ser remunerado.

Bandas, abram o olho, não caiam nessa de "vamos abrir espaço para vocês mostrarem seu trabalho, mas não dá pra rolar cachê e blá blá blá.. mas rola uma cervejinha e tal".. quando pelo outro lado o dinheiro cai como água no bolso desse bom samaritano que abre espaço para ajudar a banda.. seja eventos abertos patrocinados, sejam em casas e bares.. se estão ganhando às suas custas, exija o seu!..

agora se a badna achar que o espaço é valido e tem que tocar de graça, aí é outra história.

Merceário? se assim que quer chamar, pode ser.. agora se quiser trabalhar sem ser mercenário, pelo puro prazer de trabalhar, tenho umas obras aí que vou precisar de pessoal pra trabalhar.. não rola diária, mas rola um marmitex quentinho na hora do almoço..

sacou?

Anônimo disse...

Tá falando do Matheus e das bandas que ele consegue pra tocar no Chacrinha. Só pode.