5 de mai. de 2014

'AMO O QUE EU FAÇO', DIZ MÚSICO QUE MANTÉM JORNADA TRIPLA EM RORAIMA

por Natacha Portal | G1 RR 

É cada dia mais comum encontrar profissonais de diversas carreiras e faixas etárias encarando uma jornada dupla de trabalho, muitas vezes exercendo atividades totalmente distintas nos horários mais inusitados. O desafio para os 'super heróis' do dia a dia é saber conciliar as atividades e não perder o estímulo diante das dificuldades. Nesta quinta (1º), é comemorado o Dia do Trabalho.


Músico, servidor público, personal trainer e professor de stand up paddle (SUP), Victor Matheus encara uma jornada tripla de trabalho semanalmente e afirma que muitas vezes é diíficil manter o ritmo da rotina, mas procura harmonizar todas as atividade a fim de não perder o estímulo.

"Sempre carrego uma agenda comigo para não perder nenhum compromisso, mas amo o que faço em todos os meus trabalhos e, talvez por ser naturalmente hiperativo e expansivo, nunca me limitei a um emprego conservador e de rotina", confessou.

Pelas manhãs, Matheus dá aulas de SUP e é personal trainer. À tarde, encara a rotina administrativa de servidor público e à noite retorna ao acompanhamento dos alunos em academias. Além disso, aos fins de semana realiza apresentações com sua banda de rock e também continua com as aulas de SUP. 

Matheus com a esposa Paula Marini e a filha Alessa Valentina
"Muitas vezes, fui obrigado a colocar vários projetos profissionais e pessoais na gaveta por conta das prioridades que surgem em nossa vida, mas procuro sempre harmonizar todas elas, por dar valor igual a todas", comentou.

Paralelamente a todas as atividades, Matheus ainda mantém atualizados quatro blogs e consegue encontrar tempo para passar com a família.

"Com certeza, se o dia tivesse mais de 24h acumularia mais alguns compromissos, mas hoje, procuro manter o controle e foco naquilo que já me dá retorno financeiro e pessoal. O que mais prezo hoje é ter tempo livre para curtir minha família" ressaltou.

Apesar da rotina intensa, Matheus diz que o importante é jamais pensar que se 'vive para trabalhar' e sim que 'trabalha para viver'. "Mesmo com vários compromissos, tenho uma vida leve, com pouco estresse e muitos motivos para sorrir", destacou.

"As três carreiras que exerço são coisas que adoro fazer, pois são profissões que me complementam. Mas lógico que todo mundo gosta de ser remunerado pelo que faz", enfatizou Matheus. 

Pelas manhãs e também aos fins de semana, Matheus dá aulas de Sup (Foto: Saulo Oliveira)

Qualidade de vida

Segundo a consultora de Recursos Humanos (RH), Eleonora Melo, a justificativa para ter uma jornada dupla seria a busca por uma qualidade de vida melhor.

"Uma qualidade de vida melhor vem em decorrência da remuneração que se tem com esse segundo vínculo, mas não é só isso. Significa, essencialmente, ter algo que satisfaça a pessoa, ou que faça a diferença na sua vida. Não exatamente pela remuneração", salientou.

Elenora já é um exemplo de jornada tripla. Consultora de RH para o Sebrae Roraima, ouvidora do Sistema Único de Saúde (SUS) e professora universitária, ela diz que o segredo para manter a rotina corrida de trabalho é amar o que faz.

Ela acrescentou ainda que as diferentes escolhas por caminhos profissionais trazem recompensas financeiras, mas acima de tudo a qualidade da profissão desenvolvida, o convívio com pessoas distintas e as atividades diferentes podem ter efeito desestressante em relação ao primeiro ou segundo vínculo de trabalho.

"Eu conheço um enfermeiro plantonista que à noite trabalha como garçom. Certa vez peguntei para ele como podia ter dois trabalhos tão diferentes e ele me respondeu que no da noite 'se divertia'. Ou seja, a consequência do segundo vínculo é a remuneração e o bem estar, porque de qualquer forma ele se diverte no que faz e esquece da tensão do trabalho como enfermeiro, lidando com vidas", exemplificou.

Ter dois ou três vínculos empregatícios poderia ocasionar a redução do convívio familiar, mas, segundo Eleonora Melo, a recompensa está na qualidade de vida que poderá ser proporcionada aos familiares.

"Essa é uma busca também por melhorar a qualidade de vida da família. Com o advento de ter dois ou três vinculos, são duas ou três fontes de remuneração. Assim, conquistam-se facilidades de aquisição de bens duráveis e de alguns pequenos luxos, ao contrário de alguém que era restrito a ter aquele velho e cansativo vínculo de trabalho", esclareceu. 

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