DIÁRIO DE BAR: Veludo Branco e Raimundos em Manaus (Parte I)

Nesta edição da sessão DIÁRIO DE BAR com a Veludo Branco, o grupo compartilha com os leitores a primeira parte de como foi a viagem e aventura para tocar com Raimundos, Rock Rocket e Tattva no último dia 31 de março em Manaus. Saiba agora o lado que muita gente não vê de como é a vida de uma banda independente quando cai na estrada para tocar.

Olá Veludeiros e Veludettes,

Um dos maiores prazeres pra uma banda de rock é poder pegar a estrada e fazer show em outras cidades, reencontrar os amigos e dar boas gargalhadas. Um fato interessante e que só agora percebemos é que sempre fazemos shows em Manaus nos mesmos períodos, que são anuais, geralmente entre março e abril. Foi assim no Grito Rock Manaus, com Blaze Bayley, Rock Rocket e dessa vez com o Raimundos. Será que há algo místico nisso?

Essa viagem para Manaus foi inesquecível por muitos motivos, e ficará marcada pra sempre na memória da banda por toda a energia positiva, as boas risadas, os imprevistos, e principalmente a solidificação de amizades que temos uns com os outros da banda e os amigos de Manaus.

As passagens de ônibus estavam marcadas para as 20h, pela empresa Amatur Turismo, nossa apoiadora desde o início de nossa carreira (fica registrado desde já o nosso agradecimento mais uma vez a empresa pelo incentivo a cultura e por sempre nos apoiar).

Era a primeira viagem para outro estado que faríamos com o Paulo Veludo, nosso novo e consolidado baixista. O Paulo é o melhor baixista com quem eu já toquei, e costumo dizer, e que não entenda como prepotente, que ele é o John Paul Jones da Veludo Branco. A serenidade, tranquila e positividade do Paulo atuam na química da banda dentro e fora dos palcos de forma muito interessante, e equilibra totalmente com o meu lado Junkie/vida louca/sexo “dorgas” e rocknroll, e potencializa o lado cômico/filosófico do Cesar Matuza.

O Paulo já nos assustou na largada, chegando em cima da hora com o ônibus ligado e pronto para partir. Um susto! Uma prévia das fortes emoções (risos) que ainda teríamos durante os 2 dias de viagem. A trip até Manaus foi tranquila. Ônibus ultra confortável, estrada em bom estado, e em menos de 10h estávamos desembarcando em Manaus.

Fomos recebidos pelo querido Bosco, também conhecido como Bosquinho, vocalista e fundador de uma das bandas mais importantes e emblemáticas da cena rock Manaus, a Chá de Flores. Bosco é um agitador cultural, e um dos personagens mais expressivos da história do rock manaura, e por conta dessa bagagem e atitude produziu um filme - documentário chamado O ROCK QUE O BRASIL NÃO VIU... contando a história do rock de Manaus, as bandas, festivais, na época que é considerada por muitos como a de ouro do rock amazonense. O Filme foi premiado nacionalmente e recomendo ser assistido, principalmente por quem, como é o meu caso, conhece as bandas de Manaus, a história da cena de lá, se identifica, reconhece muita gente das antigas e principalmente se inspira a buscar o mesmo para o nosso cenário.

Nos hospedamos no hotel Brasil, que também já faz parte da história da banda, pois é lá que sempre ancoramos quando vamos tocar. Localização perfeita, no Centro de Manaus, perto da Zona Franca, e da outra Zona que eu também adoro e que é menos apreciada pela maioria das pessoas. Aproveitamos a manhã de folga para bater perna no centro, fazer as compras básicas de turista. Em seguida partimos para o Amazonas Shopping pois o Paulo resgataria os ingressos para assistir o show dos Los Hermanos que acontece esse mês por lá. Depois almoçamos no junkie food Macdonalds e demos um pulo no Estúdio de Tatuagem do Markitto Tatoo, e tenho que compartilhar isso, o nosso grande amigo está com sorriso de orelha a orelha, e o motivo é super justo: Recém-papai de primeira viagem, ele é só alegria com a sua filha. Ficamos muito felizes de compartilhar essa amizade com o Markito que é um dos caras mais legais e coração bom que eu já conheci em minha vida. 

Acertamos também com ele os detalhes do nosso próximo show em Manaus que acontecerá em julho, na Expo Tatoo Manaus. O cansaço bateu e aquela “lua” no céu não estava agradável. Fomos para o hotel descansar e recarregar as energias para a passagem de som e depois curti a noite que prometia ser insana e cheia de histórias para contar e que compartilharemos aqui.

Continua...