2 de set. de 2010

Veludo Branco – Festival Megafônica 2010 – Parte 2


Retorno hoje pra contar a segunda parte de nossa passagem pela cidade de Belém. Nossa sexta feira começou com atrasos. Minha cabeça doía da ressaca, minha cinusite ressucitou, minha garganta inflamou, mas tínhamos compromissos a cumprir em nossa agenda, e mesmo com o mal estar, o calor intenso da cidade de Belém, Matuza e eu partir ao desconhecido ambiente paraense. Nossa primeira parada foi novamente no habib’s para o Café-Almoço. Em seguida perambulamos a pé até encontrarmos o ônibus que nos levaria para o Sebrae, onde participaríamos do Congresso Fora do Eixo – Etapa Norte.
Mais uma vez, uma gafe cometida pelos ilustres visitantes quadrados que não sabem como funcionam os sistemas de transportes urbanos de outras capitais atrasou nosso cronograma. Só descobrimos que não havia parada pro ônibus depois de andarmos 30 minutos atrás de uma, até que tivemos a genial idéia de perguntar a um transeunte informações, e na qual ele nos deus, apenas precisaríamos acenar que o motorista parava.

Problema de transporte resolvido, chegamos “um pouco” atrasados ao Sebrae. Chegando lá descobrimos que todos estavam em horário de almoço e retornariam as 15 horas. Pois bem, aguardamos por lá mesmo, tomando um cafezinho pra curar a ressaca e dar um ânimo.


Coletivados, congressistas, bandas e observadores chegaram e os trabalhos foram retomados. Acompanhamos a palestra Musica Ltda. Com o jornalista Leonardo Salazar. Na sequência rolou um debate sobre gestão de carreira do músico independente com Pablo Capilé (Circuito Fora do Eixo), Heluana Quintas (Coletivo Palafita), Ná Figueiredo e o próprio Leonardo Salazar.


Retornarmos do congresso para nossa hospedagem solidária e rapidamente nos arrumamos e partimos para o centro Mandala, onde aconteceria a primeira noite do Festival Megafônica. Que lugar do caralho! É isso que posso dizer. Um bar com temática afro-indiana-brasileira, na beira do rio. Na parte interna 1 palco para os shows musicas, na área externa, palco alternativo com apresentação de grupos de hip hop, banca de produtos do Coletivo Megafônica e o camarim das bandas, que ao meu ver, foi o melhor que já tive até hoje e o mais original: Um barco ancorado no píer do bar.


Entre um gole de cerveja e outro, assistindo as bandas, fazendo contatos, colhendo emails, resolvi dar uma passeada com Cesar Matuza e conhecer o ambiente local. Descobrimos um bar ultra vintage ao lado do Festival, chamado nosso recanto. Muito agradável e de boa música da velha guarda, de Nelson Gonçalves a Erasmo Carlos, cerveja gelada, uma pequena reunião boêmia com os amigos da Brown Há e Mini Box se estabeleceu e foi o suficiente para elevar o nível intelectual da nossa conversa para apenas 1 tema: não vou citar qual é aqui (risos).


Os excessos etílicos e meu déficit de sono cobraram seu preço. Mal me agüentava em pé, mas esperei o suficiente para assistir o melhor show da primeira noite – Mini Box Lunar. O que foi aquilo bixo? Me transportei pra uma viagem ácida, em tempo real e lúcida ao vê-los no palco! Otto Ramos lambendo o teclado parecia o Hendrix das teclas, enquanto a epilepsia do grande amigo Sady Magal, me lembrava o quanto é bom estar no palco! Aquele show realmente me deixou excitado para subir e fazer o rock n’ roll rolar. Simplesmente o melhor show da Mini Box Lunar que vi até então. É claro, não posso deixar de citar também o figura Felipe Cordeiro e os Astros do Século, que homenagearam nosso poeta roraimense Eliakin Rufino com a música Mosquito da Malária. Na voz da back vocal de-li-ci-o-sa me fez até querer ser chupado pelo mosquito!


Encontrei o Cesar Matuza apagado num banco do bar, então o acordei e fomos embora. Antes de ir, porém, fizemos uma parada para apreciar a gastronomia local de fim de noite, na praça ao lado do festival, saboreando um delicioso sanduíche paraense de x- salada. Sim! O clássico x-salada que não tinha no subway! (risos)


Após o banquete digamos pitoresco pegamos carona para o descanso. Precisávamos recarregar as baterias, pois no sábado, além de ser o dia do nosso show, ainda participaríamos do Congresso Fora do Eixo, sem contar os contatos que tínhamos que fazer e nossas articulações com os Coletivos e produtores locais.


Continua...