25 de out. de 2011

COLUNA FALMO MESMO: SOMOS TÃO JOVENS


Somos Tão Jovens

Depois de um tempo falando sobre a história do rock mundial (depois a gente volta a falar sobre isso!), quero dedicar esta coluna a um dos ícones do rock mundial: Renato Manfredini Júnior, Renato Russo.

Eu, realmente, conheci a Legião Urbana momentos antes de Renato Russo nos deixar, há mais de 15 anos atrás!

Correndo atrás do tempo, comecei a comprar os CD's, ler reportagens, assistir clips, shows, entrevistas, comprei três livros sobre Renato. Eu queria entender porque esta banda que já não se encontrava mais entre nós me fascinava tanto. Demorou, mas descobri o porquê a Legião, ou melhor, Renato Russo me atraía: ele era idealista como eu.

Seus discursos eram em forma de música. Suas ordens eram em formas de frases. Conteúdos riquíssimos de arte, política, filosofia e amor. 


Ao assistir vários shows, eu percebi algo que, hoje em dia, são poucas as bandas que carregam em seus discursos: atitude em forma de palavras. É fato! As bandas de rock, hoje em dia, se renderam apenas a vender. Atitude não precisa ser, necessariamente, rachar uma guitarra numa caixa. Diga-se de passagem, que Kurt Cobain chegou a fazer isso, mas fez por pura contracultura. Cantar sobre o amor...? Acho que elas tentam, mas sem saber o que é o amor de verdade, aquele amor bem descrito pelos poetas. Falar sobre política? Pra alguns, é melhor nem falar nisso! Talvez, por que não saibam mesmo, o que é a minha teoria. As bandas gringas estão em alta quando o assunto é atitude e política. Penso que posso contar nos dedos as bandas que tem possuem uma postura séria, mesmo se divertindo em um palco. System Of A Down, Rage Against The Machine, Coldplay, U2 (hoje!). E as bandas brazucas?! Capital Inicial? Talvez pela ausência de uma banda com atitude, os ‘meninos’ de Brasília assumiram um posto do qual tentaram por muitos anos e ralaram demais pra isso! Mas, a Legião nunca deixou! Por que viver à sombra dos outros, ninguém gosta. E isso, o Capital sempre foi! Composições de Renato permeiam o repertório que tenta de afirmar. Cantar Natacha e depois cantar Música Urbana... é... bem extremo! Bom, o que mais temos no Brasil? O Rappa, Charlie Brown Jr. e até o Supla já tiveram seu espaço, mas hoje, o cenário está armado para bandas de pseudo rock, que dizem falar sobre o amor! Dá licença, meu!!! Se alguém me disser que Fresno (isso é nome de banda!!), Restart (o já nome já demonstra que a banda vive dando pau, no melhor sentido da palavra!) e NX Zero (Hoje, eles tentam se redimir, porque no início, foi punk!) são bandas com atitude e conteúdo, está assinando sua sentença de morte intelectual, se é que sabe o que é isso! Degradante!


Neste mundo de ninguém, ainda dá pra garimpar algumas bandas que se salvam, como Pitty (??), Jota Quest (que é uma banda de pop rock, mas tem mais pegada do que muitas q se intitulam), Detonautas (pela postura do Tico!), mas ainda assim, não conseguem unir a fórmula da Legião. Sei que ninguém será igual a ninguém, mas não ter nenhuma na mesma linha, dá um sentimento de abandono. Não dá nem pra conversar direito! Sabe quando você fala de futebol e alguém vem com o papo de vôlei?!! É por aí! E muitos jovens, de várias gerações, sentiram isso no Rock In Rio, quando a desfalcada Legião Urbana se apresentou com a Orquestra Sinfônica de São Paulo! O sentimento de “alguém está intercedendo por mim” aflorou! Adultos com seus filhos cantavam, com todas as suas forças, músicas que embalaram seus namoros, suas revoltas, seus sentimentos. Só faltou homenagear o Renato no show, porque o resto, o público fez direitinho!

O Brasil está órfão de atitude já faz um tempo, mas eu sinto que não é só uma questão de falta de bandas e, sim, de espaço para que essas poucas, porém, existentes bandas, sejam mostradas ao Brasil, porque é melhor ter um bando de alienados do que um motim e, disso, o Brasil tem medo. Tem medo que a arte, com sempre fez, ensine o que as escolas nunca ensinaram; tem medo que a juventude cante: “nós somos o futuro da nação!” (Geração Coca-Cola) e que ela acredite que seu “espírito ninguém vai conseguir quebrar” (Um Dia Perfeito).

Saudades de você, Renato, que conseguiu mudar minha visão de mundo e da vida. Saber que nossos valores ainda podem ter moral nos animam a continuar a viver e lutar.

Tá na hora de crescer, galera! O Brasil precisa de pessoas com personalidade e conteúdo que durem séculos e séculos!


*Ellen Carmaine é produtora musical da Camera Pro Films, guitarrista da banda Klethus e acredita que tudo pode mudar neste Brasil.

7 comentários:

Cesar... disse...

Ótimo artigo Ellen, só quem viveu a geração coca cola da Legião e quem pesquisa e conhece musica sabe qual foi a importancia da Legião Urbana no rock nacional e na geração dos 80..

geração consciente, politizada, aquela descendente dos anos 70 e 60, de protesto e ditadura e censura e opressão.. aquela que ainda foi pra rua derrubar um presidente, de atitude.. mas, teoria da conspiração ou não, bandas com atitude e discurso politico não tem um minimo espaço na mídia, apenas aquelas que correm no campo independente cativando admiradores pelas letras e atitude..

hoje em dia a mensagem pra geração jovem é.. se apaixone superficialmente, termine, sofra, fale de amor mesmo sem saber na verdade o que é isso.. e se for possivel, se drogue e se mate pra ajudar a alienação mental e a falta de consciencia de uma geração inteira.. mas se ficar revoltado e indignado, apenas sente no computador e escreva no tuiter.. e amanhã o que escreveu não será nada..

Triste fim.. mas.. o rock nunca morre, ele está ai pra quem quiser.. e s história continua..

Ellen Carmaine disse...

É isso aí, César! Triste realidade, mas sempre serei otimista, pois o mundo dá voltas! Um dia, essa moçada sentirá na pele as suas escolhas, mas o tempo terá passado... ou não!... Abraços!

Cesar... disse...

?????????????????????????????????
quem eh esse louco??
kkkkkkkkk

Brendo disse...

Relembrar Renato Russo é sempre bom.
Não vejo a hora de assistir o filme sobre a música 'Faroeste caboclo'

Anônimo disse...

atualiza aí porra !!!!!

Unknown disse...

Opa, fazia um tempinho aqui que não entrava no blog, chegando aqui encontrei uma ótima e boa crônica de se ler da amiga Ellen, eu não sou nem um pouco fascinada pelo legião Urbana, mas respeito o Renato pelo seu talento, não tem mesmo como negar. Tá certa a Ellen.
Gostei do que li, só achei que Anônimo com culhões? E existe isso? Anônimo é anônimo. Quem tem culhões é quem assina. Mas isso, deve ser o meu lado jornalista falando. Matheus gostei de me atualizar com a cena aqui, abraço. Se cuida.

anonimo com culhões disse...

texto merda