Por Victor Matheus
Na última quarta feira, 13 de julho, comemorou-se o Dia Mundial do Rock. Até aí tudo bem, uma data comemorativa celebrada mundialmente. Então, questionei a mim mesmo o que essa data em especial significa em minha vida. A resposta? Se não tudo, mas grande parte de um todo, de uma história de 20 e poucos anos vividas volatilmente sem medo do perigo, mas com tesão para se viver 4 vezes mais.
Ao flertar meu passado, percebi que a música, em especial o rock, anda de mãos dadas comigo desde quando mal sabia pronunciar as palavras. Lembro de ver um vídeo meu pequenino, pouco mais de 2 anos, dançando freneticamente e cantando “Hey Jude”, na versão de Ritchie, lá pelos já cults anos 80.
Logo depois, com cerca de 7 anos, descobri os discos de vinil, e numa atitude arteira, roubava-os para escutar sozinho na minha casa, enquanto meus pais trabalhavam. Não sabia que língua aqueles cantores falavam, mas o som me seduzia e me enchia de uma estranha vontade de fazer parte daquele mundo.
Aí veio o primeiro instrumento, o violão, os primeiros acordes ensinados por meu pai. A impaciência por tentar ler partituras me fez largar os estudos formais de música, e resolvi caminhar pelas próprias pernas e aprender do meu jeito, torto ou não, mas do meu jeito.
Então chegou a adolescência, e uma urgência em gritar para o mundo que eu fazia parte dele, e queria ser ouvido. Conheci o rock nacional oitentista, veio a guitarra, a primeira banda, as primeiras composições, e os shows. Descobri que o melhor lugar para se estar depois do útero de minha mãe era o palco.
Ali, durante alguns minutos, ou várias horas, me sinto uma pluma levitando ao sabor do vento, o corpo aditivado de adrenalina, a mente em total expansão, e um sentimento de que não há lugar melhor para se estar.
Ao rever minha pequena trajetória nessa vida, percebi que qualquer pessoa, quando almeja algo verdadeiramente e busca isso com o coração, sem medo dos tropeços, nada pode pará-la. Hoje, eu sei, que amores podem passar, dias ruins podem vir, a tempestade pode chegar, mas no fim de tudo, se eu tiver minha guitarra, um papel e caneta, já me basta para estar em equilíbrio. Hoje eu sei, que a minha vida sempre será o rock n'roll.
Este texto foi originalmente publicado na Coluna Opinião do Jornal Folha de Boa Vista de 15/07/2011. http://www.folhabv.com.br/Noticia_Impressa.php?id=112437
Um comentário:
Legal!isso nunca vai mudar...
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