por Victor Matheus
Sabemos que o melhor perfil para quem pretende viver de música e fazer da sua arte seu “ganha pão” é o modelo empreendedor, compreender que a música transcende os espaços abstratos, se tornando um produto de negócio, às vezes até manufaturado, quando posto na mão de pessoas erradas, mas para muitos outros, ainda um produto de luxo, chegando ao ponto de ser considerado obra prima.
Então vem um questionamento pertinente: Sabendo quais as ferramentas o artista necessita para exportar sua arte, por que muitos deles, principalmente em nossa cidade, ainda persistem em prosseguir no sistema ultrapassado? Acredito que o comodismo é viral em grande parte desses casos, e mais ainda, é o principal “álibi” para uma parcela de artistas que usam pretextos rasos para não correrem atrás dos seus objetivos achando que somente talento basta.
Tristemente acabo constatando que grandes artistas locais com talento nato e potencial para se tornarem constelações parecem não esboçar vontade alguma de mudar o jogo, mexerem suas bundas da cadeira e reivindicarem seu espaço por direito e por merecimento. Espera ainda cair do céu, pelo fruto dos deuses, a oportunidade de se projetarem para o mundo, quando não percebem que essa utopia, se há anos atrás era quase inatingível, hoje, mais ainda.
Não podemos admitir que estrelas em ascensão se percam por egos exagerados ou mesmo por desleixo, mas também não podemos forçá-los a colher seus sonhos no futuro, se os mesmos não nos permitem dividir os mesmos ideais.
Fica apenas o lamento, por ver indo para o ralo, nomes que poderiam habitar as grandes mídias culturais e destacar nossa casa como um dos grandes cenários da música e cultura do novos tempos em nosso país.
Este artigo foi originalmente publicado em http://www.folhabv.com.br/Noticia_Impressa.php?id=112817
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