Por Victor Matheus
O novo mercado da música brasileira, formatado com suas esferas sociais, comerciais e tecnológicas bem definidas fez emergir um novo modelo de artista, o músico empreendedor. O assunto já foi abordado antes, aqui mesmo neste espaço, mas é sempre bom reforçar certos aspectos desse tema que podem colaborar para a consolidação dos novos artistas, em especial as bandas de rock, de Roraima.
Em Boa Vista, cada vez mais observamos bandas covers e autorais apresentando trabalhos com mais qualidade. É verdade que ainda há uma longa caminhada para a cena se tornar realmente relevante regional e nacionalmente, mas os primeiros passos já foram dados.
Grande parte da valorização e crescimento das bandas locais está relacionada a uma tomada de consciência por parte dos grupos que é preciso ir além de apenas tocar. Hoje a nova configuração de uma banda não se resume a quem toca qual instrumento, mas sim quem toca tal instrumento e se responsabiliza por mais uma frente de trabalho em prol do seu negócio, a sua banda.
O resultado está sendo imediato. Mais da metade das bandas locais hoje disponibilizam suas músicas na rede, em diversos portais de downloads. A qualidade estética e técnica dos shows evoluíram. Pontos simples, mas importantes para que um grupo arrisque vôos mais altos e realmente seja reconhecido e valorizado.
Há poucos anos atrás, uma meia dúzia de bandas locais abraçavam essa filosofia de trabalho colhendo bons frutos. Hoje, as novas bandas locais que surgem já nascem colocando em sua pautas não só os ensaios e shows, mas também a divisão de trabalho entre seus integrantes em prol da carreira do grupo.
O mercado da música é extremamente competitivo e em muitos aspectos desleal, por isso as bandas devem se armar com todas as ferramentas ao seu alcance para promover suas carreiras e não acabarem no ostracismo.
ESTE ARTIGO FOI ORIGINALMENTE PUBLICADO NA COLUNA OPINIÃO DO JORNAL FOLHA DE BOA VISTA DE 01/07/2011
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