Há muitos rockers de Boa Vista - Roraima, que de tempos em tempos viajam pelo mundo. O colaborador do Blog CESAR MATUZA é um dos rockers de Roraima que está se aventurando na terra do Tio Sam, passando uma breve temporada na Califórnia, e diretamente de lá compartilha com o leitor do blog Roraimarocknroll as histórias na vida na estrada no berço da contra cultura e celeiro de grandes estrelas do mundo da música, em especial do rock n'roll. O RORAIMAROCKNROLL PELO MUNDO chega pra contar a PARTE 2 da história do ROCKABILLY FESTIVAL, um evento gringo que tem muito a ensinar para os brasileiros como produzir bons festivais de rock.
AS BANDAS
Exatamente ao meio dia (12:00h – Noon) a banda Los Bandits manda o primeiro salve do dia “Holla, que passa Pitzer College?” ... era o pontapé inicial da música no evento.
Los Bandits
Claro que a banda de rockabilly que se preza ,só podia entrar com um contrabaixão, topete, guitarras vintage e um rockabilly quase punkabilly, rápido e muito dançante. Se fosse um show em ambiente fechado, à noite, com certeza na primeira música o local já entraria em colapso tamanho o caos que tomaria a galera, mas era um sábado ensolarado ao ar livre ambiente familiar e inicio de festa, mas mesmo assim não perderam o punch.
A primeira banda deveria ser a mais fraca? Esquece. Banda muito boa, com músicos muito competentes, que sabem exatamente como tocar seus instrumentos, sincronizados, precisos, com presença de palco e músicas bem tocadas. Já queria comprar o CD, mas o despreparado escritor aqui, levou uma quantidade limitada de Ca$h, e as barracas não aceitavam cartão. Mifú.. enfim, filmei um pouco de cada banda mas a captação do som ficou uma porcamerdamizerenta, então alguns vídeos são emprestados do youtube. Confere aí:
Exatamente 12:50h, a banda encerra, e penso eu: “Todos vão tocar na bateria de setup tão pessoal dos Bandits? (tom 8 e 10”) Inclusive como a logo no bumbo?” (risos) Reles engano de quem não está acostumado com a competência... Todo o set de bateria é trocado e microfonado nos 10 min de intervalo (chora organização de festivais que disponibilizam baterias toscas mal afinadas para todos) e a batera da segunda banda Jonny Come Lately estava pronta as 13hs para iniciar o segundo show.
Jonny Come Lately
A segunda banda chega ao palco com um visual modernex, calças coladas, óculos nerds,.. ihhh.. mas com um baixão acústico e um instrumento de sobro aborígene australiano, ok, ganhou meu respeito, vamos ver no que dá. Queria voltar no tempo e filmar esses caras tocando de novo com uma qualidade melhor, mas vocês devem achar pelo youtube, porque, não basta trazer um instrumento exótico no palco e tocar pra todo mundo ver que você sabe tocar, o lance é tocar um bom rocknroll instrumental usando esse instrumento estranho dentro do contexto musical. Comunicativos, competentes, ótimos músicos e criativos, mais um puta show na fria tarde de sábado que começava a esquentar com o sol, o som e com o público cada vez maior.
Mandaram bem o recado, apesar de jovens, muito competentes. Pensei comigo, na minha avaliação, ‘tem muito futuro’, depois soube procurando os vídeos na internet que eles já estiveram no Americans Got Talent (da Sra. Osbourne), em 2009, com apenas 15 anos, mandando muito bem, que em uma conta fácil, chegamos a idade de 18 aninhos atualmente. Foda que estão no país mais competitivo que uma banda poderia estar, mas tem competência.
Apenas 10 minutos e o palco estava pronto para a terceira banda, foi então que percebi que não era apenas a bateria que tinha seu setup todo trocado, mas também as caixas da guitarra e do baixo também, cada banda toca no seu equipamento, confortável, com os timbres e recursos que estão acostumados (chora equipe de festivais que coloca uma caixa de guitarra pra todo mundo e tem que passar o som cada banda nova que entra pra tocar .. kkk)
MoonLight Trio – a terceira banda - Foi a banda mais Mexican do Festival. Nem preciso dizer da qualidade dos músicos e dos instrumentos, dá pra ver na foto que não são adolescentes que ganham uma guitarra e aprendem 3 acordes e já acha que vai montar uma banda fodona, tá ligado? São músicos profissionais, então, pula essa parte da descrição.
MoonLight Trio
Todos os integrantes da formação cantavam (e muito bem) músicas conhecidas que levavam o publico facilmente, ou originais em inglês com timbres e sonoridade latinas. Destaque para a pegajosa “Chicharon” (aparentemente a trash food gordurenta mais apreciada pelos nuestros hermanos), que nem precisa ser conhecida para cantar junto o refrão – “Chi-chi-chi chicharón... Chi-chi-chi chicharón.. “ - Cantada em coro pela galera e a fantástica romântico/brega/hispânica “e volvér.. volveeeer.. a tus braços outra vez”.. confere aí:
foi a banda que me fez mais querer aprender mais o espanhol pra entrar nessa cultura e curtir e conhecer mais dessa música. Preciso conhecer mais musicas em espanhol, que infelizmente, para o Brasil, é muito fechada. Não se ouve musica em Espanhol nas rádios, por que se somos tão próximos?
Desconhecemos totalmente a cultura musical dos nossos vizinhos e hermanos não é? Não só em Roraima com Venezuela, em todo Brasil. Até musica em Francês já foi Hit nas rádios, mas em espanhol, tirando o Maná e Julio Igrejas (kkk), nada mais. Estranho porque, os países hispânicos também consideram o Brasil como país latino, mas estamos completamente fora do contexto, a começar pela língua. E eles são muito unidos, não importa a nacionalidade, todos são Hispânicos acima de tudo. (e tem neguinho no Brasil que não quer nem ser brasileiro, lamentável pra quem pensa assim). Vamos pesquisar e conhecer, vale a pena. Eu vou. Quem sabe mais postagens sobra música hispânica apareça por aqui, algum colaborador se propõe?
Voltando ao festival: Agora a programação das 3pm, “Raffle and Troffies”, confesso que me enganei também (risos), não era uma atração e sim a premiação dos carros. Prêmios e troféus, além dos bônus que seriam doados aos que participaram das doações de medicamentos aos necessitados de Honduras (Sim meus amigos, ainda tem essa, além de tudo que já falei, ainda a comunidade arrecadou (bastante) medicamentos para os necessitados de um dos países da comunidade Hermanada da América Central).
Confesso que não sei o motivo, ou se é apenas campanha por uma situação ruim da saúde no país, mas além de pedirem as doações, prêmios foram sorteados aos doadores (fucking awsome! – falei organização competente de um evento olha!!, e te digo, são 4 ou 5 meninas, menos de 24 anos, estudantes universitárias – tem muito lastro!), sem falar nas camisetas oficiais do evento, que venderam MUITO!, que significa que as pessoas gostaram do evento e fizeram questão de levar suas lembranças.
Parece que está no sangue, falem o que quiser, mas americanos sabem fazer festa e organizar eventos. Sem babação de ovo, estou dizendo porque presenciei (e vocês sabem que nesta coluna, só escrevo o que vi, nada de invenção, nem fantasias, e nem números imaginários que ninguém viu.. captou?)
Estilo é o que não falta aqui
famílias se divertem e curtem o sabadão de sol e rock n roll
Enquanto isso, aproveito o intervalo para visitar as tendas com produtos de roupas, artesanatos, artigos para equipar carros e bicicletas. Ainda bem que tinha pouco ca$h, senão tinha falido na minha primeira semana. Camisetas HotRods, uma decoração para casa, mais duas peças de roupas femininas para a minha amada. Fecha a conta que acabou a grana (risos). Uns tacos pra matar a fome. Voltamos ao show.
Orgulho hispânico em cada detalhe
Acho que era necessário realmente esse intervalo de uma hora de premiação e sorteios, porque a banda seguinte, já havia me chamadoa atenção pelo nome desde que saiu a programação, a The Wise Guys Big Band Machine. Esse Big Band no nome me criou enorme expectativa. BigBands eram (ou são) aquelas bandas de jazz com naipes incríveis de metais, com músicos de formação em jazz (a música suprema), que tocam quase como uma orquestra... Muito famosas nos anos 50 e 60 (anos de origem ou expansão do Rockabilly). Também me lembrou a nova banda de Brian Setzer (ex StrayCats) que ele montou após o fim do Cats, que tem estilo orquestra de rockabilly. Bem, essa expectativa estava certa, começaram a chegar as bancadas dos sopros, instrumentos de todo lado.. “isso vai ser muito louco” (pensei comigo).
Wiseguys
Meus amigos, nunca tinha visto uma BigBand ao vivo. As 4p.m. (no horário) a Wiseguys abre os trabalhos. É de chorar, me arrepiava a cada entrada dos metais, trompetes, sax de todos tamanhos, pistons, e mais uns que nem devo saber o nome. Tocaram musicas dos anos de vovó criancinha, algumas trilhas sonoras dos discos de Henry Mancini (que escreveu a maioria das musicas temas de filmes e séries dos anos 70 e 80) e que meu pai tinha um disco (onde será que anda esse disco?).
Wiseguys
Se a galera já estava totalmente entregue – no gramado e áreas ao redor já tomados – imagine o que aconteceu quando eles meteram na testa da galera a clássica – Rock This Town (StrayCats) – Com toda a munição musical de 12 sopros, teclado, baixo, percussão, bateria e um grande (e grande) guitarrista.. esse foi o resultado: Esse vídeo foi gravado nos anos 60?
Fim de show da Wiseguys Big Band Machine, percebi porque haviam pessoas com a camiseta dessa banda pelo festival, realmente é um lance musical muito acima do que uma simples banda, e cada um tocava seu instrumento com grau de dificuldade de uma criança chupar pirulito (risos). Fantástico. Quero tocar em uma BigBand agora (mais risos). Pobre da ultima atração da tarde, o que fazer depois dessa banda?
Breve, no próximo post,
To Be Continued...
2 comentários:
Muito doido essas bandas
Bandas de altíssimo nível, estão de parabéns!
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