Diz o dito popular que não se podem colocar todos os ovos que temos numa única cesta – se ela cair, todos se quebrarão e ficaremos sem nenhum. O mesmo raciocínio vale para a divulgação de suas atividades profissionais, quer você tenha uma banda, quer possua uma empresa: você não pode concentrar toda a sua comunicação no Facebook.
Veja bem: não estou falando que você não deva usar o Facebook para divulgar sua banda. Afinal, trata-se da maior rede social do mundo atualmente, reunindo algo em torno de 1 bilhão de usuários – ou seja, 1 em cada 7 habitantes do planeta. No Brasil, a proporção é ainda maior – de cada 4 brasileiros, 1 está no “Face” (veja que já criamos este apelido, numa mostra evidente do quão íntimos já ficamos do site). Com quase 50 milhões de usuários, somos a nação vice-campeã em número de usuários, só atrás dos Estados Unidos, com 160 milhões. Em vista disso, é importante sim marcar presença no “Face”, criando uma fanpage ou um grupo para falar de sua banda, ou apoiando a iniciativa de fãs que resolvam espontaneamente exaltar o seu trabalho. O mesmo vale para coletivos, empresas, ou sites como o Som do Norte, que desde dezembro conta com sua fanpage - https://www.facebook.com/pages/Som-do-Norte/135356079913801
O que seria, então, o problema? O problema consiste em a banda/ o coletivo/ o site/ etc acreditar que apenas com o Facebook vai conseguir realizar uma comunicação eficiente, desprezando outros canais. É importantíssimo ter seu canal próprio – um site tem lá seus custos de registro e manutenção, mas um blog praticamente não tem custo algum. Reservar um tempo para elaborar um release sobre as atividades da banda e enviar por e-mail para a imprensa – ou contratar um assessor de imprensa profissional que cuide disso – já requer um pouco mais de tempo (e custos, no caso da contratação), mas é imprescindível. Por mais que você ou seus fãs passem muito tempo online (e no Facebook), não esqueça que sua banda precisa marcar presença no “mundo off-line” – o nome dela precisa aparecer em jornais e TVs, assim como sua música tem chegar nas rádios. Os meios de comunicação de massa “tradicionais” (vamos chamá-los assim) ainda são os mais influentes para grande parcela da população, em especial as pessoas de mais idade - predominando os acima de 45 anos, grupo que inclui a maior parte dos empresários, que poderão apoiar projetos de sua banda, e ninguém apoia o que não conhece. Do mesmo modo, vários editais públicos ou privados pedem que a banda apresente um portfólio de matérias a seu respeito publicadas na imprensa, valendo recortes ou prints de sites (ou versão online de veículos impressos). E, não, ninguém pede (ou aceita)posts do Facebook nesses editais.
O ideal então seria utilizar o melhor de cada ferramenta. Em seu próprio site ou blog, por exemplo, a banda tem a liberdade de publicar o que quiser, o que logicamente nem sempre vai funcionar em relação à imprensa “tradicional” (nesse caso, a banda manda o que quer ver divulgado, mas cada veículo decide se vai publicar ou não). No Facebook, a banda pode repercutir o que for publicado em outros meios, além de compartilhar posts de bandas do mesmo estilo e notícias ligadas de alguma forma a seu trabalho.
Embora visivelmente predominante no cenário da rede social hoje em dia, o Facebook também tem suas limitações. É quase impossível, por exemplo, você localizar uma postagem feita por você ou algum amigo seu há alguns meses – o que é mais simples no Twitter, por exemplo, que é um site aberto (você não precisa estar logado para ler, e os posts são indexados pelo Google). Já o Facebook é um site fechado – você precisa se logar para ter acesso, e nada do que é postado ali será alcançado pela pesquisa do Google.
Há ainda outro motivo para evitar colocar todos os seus ovos na cesta do Facebook. Cito um trecho da matéria O que Esperar do Facebook?,de Katia Militello e Paula Rothamn, publicado na Info Exame de junho de 2012:
“Nada garante que o Facebook se manterá como a principal plataforma da era do social. A qualquer momento pode surgir um novo serviço, uma nova tecnologia e cair no gosto de milhões de pessoas, passando o Facebook para trás.”
Já vimos isso acontecer com o Orkut, lembra?
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