Por Victor Matheus – Blog Roraimarocknroll
Há sete anos escrevo sobre o rock de Roraima no Blog Roraimarocknroll, no jornal impresso e portais sobre o estilo em todo país. Desde o final da década de 90, também acompanho a movimentação da cena no extremo norte do Brasil. Já vi, ouvi e escrevi de tudo que possa imaginar sobre este assunto.
Neste período que acompanho in loco a trip do rock local em seus altos e baixos, presenciei o surgimento e o fim de dezenas de bandas, muitas promissoras e com competência mais que suficiente para conquistar o grande mercado fonográfico nacional e até internacional do rock.
Já chegamos muito perto de emplacar um single roraimense e até mesmo uma banda local no mercado da música conhecido como mainstream, mas hoje, essa realidade é bem distante, anos luz do mais perto que chegamos um dia.
Quem acompanhou a trajetória de bandas como LN3, Sheep, Ostin, Somero, Reclive, em uma época que o rock local ainda não estava excessivamente contaminando de ideologias políticas, presenciou o período mais prolífero e unido da cena até hoje.
Eram tempos bem diferentes e mais saudáveis na cena, onde a competição entre bandas se resumia ao palco e ao melhor show, não esta briga infinita de egos e embates carregados de ódio que testemunhamos nas redes sociais por grande parte dos músicos e produtores culturais envolvido com o rock de Roraima.
O 2017 foi um ano bem menos ativo e interessante na cena se comparado ao seu último grande apogeu criativo, no inspirado e contrarrevolucionário 2013. A frequência de eventos e shows, principalmente voltados para o rock autoral, foi bem menor em relação aos anos anteriores. Neste ano, as bandas se preocuparam mais em lacrar com discursos politicamentes corretos nas redes sociais, se envolver e militar com grupos sociais e políticos e esqueceram o principal para uma banda: o palco, o show, a música.
Acompanhei mais a cena de perto ao longo de 2017, prestigiando vários eventos, casas noturnas e pubs com shows de rock ao vivo, podendo assistir várias bandas novas da cena ao longo do ano bem de perto. Algumas delas para meu desagrado foram verdadeiras ofensas aos nossos ouvidos, inaudíveis, desafinadas, sem ritmo, só pose fake pré fabricada no photoshop e pouco ou nenhum som inspirador. Em tempos de instagram e twitter, o rock virou uma caricatura bizarra do que de pior temos no meio digital.
Também ouvi outras surpresas bem vindas ao nosso ainda imaturo e emergente rock made in Amazônia, um alívio, no meio de tanto barulho de mau gosto desnecessário aos ouvidos.
Nesta simbiose sonora rocker de elementos bons e ruins, é importante frisar que numa cena pulsante e autêntica, haverá bandas para todos os perfis de público. Desde o rock pesado, alternativo, rock autoral, cover, bandas de tributo, bandas de proveta, e aquelas que nunca deveriam sair da garagem antes de aprender a afinar seus instrumentos.
Neste contexto, todas as bandas têm a sua importância e o seu valor, umas por mérito, outras pela atitude calhorda e amadora, mas cada uma delas, necessária na sua medida para compreendermos a história e o nível de qualidade do rock do extremo norte do Brasil.
Ao longo do ano também presenciei o ressurgimento de velhas raposas do capital cultural alheio botando novamente suas garras vampíricas em inocentes e promissores grupos do rock roraimense, que ainda desconhecem aquele famoso discurso politico coletivista que muito prejudicou e ainda atrasa o nosso rock macuxi.
Por causa do marxista cultural, muito bem implementado em Roraima, outrora nosso rock independente, crítico, sólido e heterogêneo, transformou-se em uma panelinha de bandas utilizadas como militantes culturais pró-agenda esquerdista.
Em contra partida, grupos de rock e artistas avessos a estas ideologias, passaram a expressar também suas opiniões de forma mais incisiva nas redes sociais e em seus shows. Muitos destes grupos novamente passaram a ser boicotados pelo estamento burocrático cultural em diversos eventos e festivais, ao ponto de serem excluídas de alguns eventos e serem rotuladas de fascistas simplesmente por tocarem metal e expressar suas opiniões ideológicas anti esquerdista.
O Dia Mundial do Rock deste ano explicitou de forma clara o retorno do discurso fracassado do ideal coletivista no cenário rock local, polarizando mais a cena, que dava sinais de caminhar para uma união e o resgate do respeito e parceria que outrora já foi regra por aqui, e pior, contribuiu até para o encerramento de mais um pub que se aliou a estas velhas raposas sugadoras do talento artístico alheio.
O Dia Mundial do Rock deste ano explicitou de forma clara o retorno do discurso fracassado do ideal coletivista no cenário rock local, polarizando mais a cena, que dava sinais de caminhar para uma união e o resgate do respeito e parceria que outrora já foi regra por aqui, e pior, contribuiu até para o encerramento de mais um pub que se aliou a estas velhas raposas sugadoras do talento artístico alheio.
Após o mais recente apartheid no rock local promovido pelos velhos parasitas, a cena autoral foi literalmente para o ralo e gradualmente vem retornando ao ostracismo, sem o apadrinhamento ideológico que as movia em troca de ilusões de um discurso há muito refutado.
Felizmente, algumas bandas fugiram da doutrinação e do assédio deste discurso demagogo, tornando-se obeliscos da resistência ao estamento burocrático cultural que o rock local é submetido desde uma onda cultural que modificou nocivamente as relações entre bandas e produtores do cenário independente a partir de 2005.
Estas bandas hoje, se destacam na cena não só por seu talento e esforço em seguir adiante, mas também por remar contra a maré esquerdista que contamina a nova geração do rock local e não se submeter ao assédio destes parasitas.
Estes grupos, são a prova que a essência do rock ainda permanece pulsante em poucas bandas que compreenderam que o rock não é um movimento social de massa para ser utilizado como grupo de pressão política, mas justamente uma via oposta a toda esta estrutura politica-ideologica na cultura local, contaminada de ideologias contraditórias e comprovadamente nocivas para a sociedade como um todo, e claro, também para a cena rock.
O rock macuxi chegou a flertar com o ostracismo em 2017, porém com a mudança no cenário político e a contra revolução cultural expandindo gradualmente nas redes sociais,vem se reanimando no fim deste ano. Quem sabe, 2018 seja melhor do que foi este ano, livre por definitivo do vampirismo cultural imundo e desnecessário que teima em poluir e entulhar o caminho de bandas que só querem tocar a sua música, e ligam o foda-se para a ideologia marxista vigente por aqui.
O rock em Roraima está amadurecendo, e caminha para sepultar por definitivo o martelo e a foice que tentou fincar raiz por aqui, restando as bandas que ainda insistem em defender tal ideologia, a liberdade dessa doutrinação, ou acabar como dezenas de outras bandas do passado, apagadas da história pela sua militância política equivocada, figurando na lista dos esquecidos e manipulados do rock macuxi...
... E fechando a conta, que 2018 tenhamos Mais Rock e Menos Marx.
God save rock from Roraima!
Fecha a conta.
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