Por Raisa Carvalho
O power trio Veludo Branco retorna a Manaus, no Amazonas, dia 22 de agosto para o Festival Mama Rock 9. No universo do rock, é comum dizer que para aqueles que querem fazer música é preciso percorrer um longo caminho. O termo surgiu na década de 70, com a música “Is a longway to the top if you wanna rock n roll” do ACDC e é seguido a risca por esse trio roraimense.
Há nove anos na estrada, a Veludo Branco se transformou em uma das bandas que mais se destacam no cenário rock local. Formada por Victor Matheus na guitarra e vocal, Paulo Henrique no contrabaixo e Cesar Almeida na bateria, o trio voltou à rotina de shows, estúdio, composições e gravações.
O grupo segue o lema de que para fazer rock, é preciso arregaçar as mangas e trabalhar muito, não só como artistas, mas também como produtores e agentes culturais. “Somos uma banda independente por vários motivos e por isso mesmo precisamos sempre estar antenados com a mudança no mercado, conhecer novas bandas da cena, e fomentá-la, seja como banda, seja como produção”, explica Victor Matheus. Além de músico, Matheus é agente cultural e responsável por uma página dedicada ao rock no jornal Folha de Boa Vista. Além disso, é fundador do blog Roraima rock n roll, que dá notícias e lança novos artistas do segmento.
Na conta da biografia da banda já estão as participações nos Festivais Beradeiros (RO), Casarão (RO), Quebramar (AP), Megafônica (PA), Tomarrock (RR), RR Sesc Fest Rock (RR), Grito Rock Boa Vista e Manaus. Também realizaram uma turnê pelo Rio Grande do Sul. O primeiro disco de inéditas, ‘Veludo Branco Rock N’Roll’, foi lançado em 2010, ano em que fizeram um dos seus maiores marcos: abrir o show internacional de Blaze Bayley, em Manaus. Blaze iniciou sua carreira como o primeiro vocalista da banda Iron Maiden. Muitas aventuras depois, a banda segue firme e forte, sem dar sinais de abandonar a estrada.
“Entendemos que a cultura é um dos caminhos mais curtos para levar o nome do nosso estado ao conhecimento de todo o país, através da nossa música”, ressaltou o músico.
Em 2012, o grupo lançou o EP ‘Sem Mentiras’ e o disco ‘Antes que o Mundo Acabe... Veludo Branco Ao Vivo’. “Retomamos a agenda de shows com vários compromissos, além da comemoração do dia mundial do rock. Em agosto iremos representar Roraima no Festival Mama Rock e depois temos compromissos na Venezuela, Tepequém e em nossa cidade”, relatou.
Para Matheus, o cenário da música independente roraimense, não tem muita visibilidade, mesmo assim, ainda é possível surpreender outros públicos além da fronteira. Em um cenário musical tão misto como Boa Vista, o grupo reafirma a necessidade de se buscar uma união no rock e, acima de tudo, identidade.
“O público tem muita curiosidade em saber o que é produzido em termos de música, especialmente rock, em Roraima. Sempre acabamos surpreendendo o público quando tocamos fora de Roraima, pois ainda, infelizmente, muitas pessoas veem o estereótipo de que vivemos no extremo norte do Brasil, longe de tudo, mas perto do paraíso”, comentou.
Prestes a completar uma década, a banda segue ainda buscando alguns sonhos, sendo um deles dividir o palco com artistas consagrados no rock internacional. Apesar do sonho, o grupo passou momentos dignos de “metas cumpridas”, ao dividir o palco com o grupo Velhas Virgens, uma das grandes influenciadoras da Veludo.
Em 2015, ao menos para o grupo, há muito que se comemorar. Entre elas, o rock autoral, momento marcante vivido pela cena rock local. “Estamos dando um passo inédito do rock em Roraima. Estamos vivendo um momento de bandas autorais e com produções de altíssimo nível. Estamos criando a nossa própria identidade”, finalizou.
* Fotos: Dymerson Andrade
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