A sessão DISSECANDO A BOLACHA do Blog Roraimarocknroll é dedicada a resenhar os lançamentos de bandas independentes do Norte do Brasil. DISSECANDO A BOLACHA tem como objetivo divulgar a produção fonográfica da região norte. As resenhas dos discos ficam na responsabilidade de Victor Matheus e dos colaboradores do Blog. O leitor do Blog também pode participar, enviando suas resenhas de discos e ep's para o e-mailroraimarock@gmail.com.
FACE DO EXECUTOR
por Márcio Lavôr.
Acabo de receber, aqui em Sampa, o novíssimo CD da banda roraimense IEKUANA, dos nossos manos Rimolo Pina (bateria), Dant Alighiere (baixo), Rhayder Abensuor (guitarra 2), Avinash Jonathan (guitarra 1) e Stallyn Bluckley (vocal), gravado no estúdio Volume 14 e produzido por Fabrício “Cadela”.
Nesse trabalho a Iekuana não veio pra tentar agradar ou açucarar a vida de ninguém. Mas sim recuperar a verdadeira essência do Rock. Fazer o que se deve através do porradão metal... escancarar e criticar, com a energia necessária, os “costumes” do sistema em que vivemos, passando a mão desde o underground até as elites emplumadas e políticos paraquedistas, sem melindres nem perdão da palavra. Foi assim com os grandes mestres dos anos 70 e 80, e a Iekuana veio honrar essa linha de expressão, com letras ácidas e verdadeiras.
Toda a pancada dá um breve espaço na faixa 4, “Fumaça”, que é a única balada light da obra. O disco tem muito do que um rocker precisa. Desde o heavy metal, passando pelo hardcore, trash metal, e ainda se dá ao luxo de temperar com reggae e hip-hop a faixa 11, na música “13 S/A”, que conta o cotidiano dos jovens das quebradas de Boa Vista.
Mas não pensem que o disco é previsível e cansativo. Como eu disse antes, não é uma obra pop com melodias chatinhas ou que tentam ser chicletes. Todo o trabalho foi muito bem ilustrado melodicamente, com acordes e riffs complexos e cheios de caqueados de muita responsa.
A banda Iekuana é completa de músicos competentes. Porém, pessoalmente, dou destaque aí ao veterano batera Rimolo Pina - de família de músicos, como seu pai Dilmo Pina. O cara é um verdadeiro “animal drummer”, que se criou em meio aos grandes nomes da música local. E hoje, sem medo de errar, confirmo como o melhor baterista da história de Roraima, que não deve em nadica de nada aos grandes nomes nacionais e internacionais que conheço. Digo isso porque o acompanhei muito e tive a honra de tocar com ele em nossa banda de heavy metal nos anos 80, Face Oculta. E já nessa época, ele recebia convites de bandas nacionais que iam fazer suas apresentações em Roraima.
Meu conselho: podem comprar esse CD sem medo de errar.
Minha nota: 10
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