por VANESSA VIEIRA | Folha de boa Vista | Editoria de Variedades
A reedição de filmes históricos, de clássicos literários, de romances autobiográficos, da literatura memorialística, a refilmagem de películas,o estímulo ao folclore, a automusealização com câmera de vídeo ou da máquina fotográfica, a restauração de centros urbanos, a regravação de discos, a construção de museus e tantas outras formas de valorizar o passado são um fenômeno cultural e político. A supervalorização do que foi moda décadas atrás contrasta com o privilégio dado ao futuro, que tanto caracterizou as primeiras décadas da modernidade do século XX.
E há duas maneiras de apreciar o passado: seja com produtos retrô ou vintage. Não confunda os dois: oretrô refere-se a objetos (produtos de decoração, eletrodomésticos ou roupas) novos que lembram outras épocas; ovintage é aquela peça da casa dos avós ou comprada em um brechó.
Apaixonada por música, em especial o Rock, a jornalista Raisa Carvalho coleciona discos, os famosos bolachões. Ela já perdeu as contas de quantos discos comprou ou ganhou de amigos. E tem de tudo: forró, samba, balada dos anos 80, brega e, claro, Rock.
Foto: Vanessa Vieira
Colecionadora de clássicos do Rock em vínil,
Raisa se orgulha do vasto material que possui
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Para ela, a qualidade é o diferencial: “Eu gosto muito dos discos porque o barulho é nostálgico, eu viajo no tempo. Tem o barulho da agulha, dos errinhos e não ouvimos isso num iPhone”, disse. E ela e os amigos escutam todos os discos, em um aparelho comprado de segunda mão.
A interação entre os amigos na hora da escolha também é importante: “Nós escolhemos qual o disco e, quando o lado A termina, alguém precisa levantar pra pôr o lado B”, comenta. Avessa à tecnologia, Raisa gosta mesmo ‘de coisa velha’, como ela mesma diz. “Não me dou bem com tecnologia. Prefiro coisas antigas, como a câmera fotográfica do meu avô. Os produtos de hoje são muitos descartáveis”, comentou a jornalista que procura uma máquina de escrever.
RETRÔ
Foto: Raynere Ferreira
As câmeras fotográficas de filme custam entre R$ 189 a R$ 349;
o rádio custa entre R$ 399 e R$ 799
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Raisa não se daria bem com os produtos de duas lojas em Boa Vista: são os produtos retrô. Aqueles que parecem antigos, mas não são e têm elementos tecnológicos. Eletrodomésticos, eletrônicos, produtos de decoração, móveis e tantos outros têm sido bastante procurados nas lojas especializadas.
A gerente de uma loja de decoração Gleice Dias não imaginava que a procura pelos produtos retrô seria tão intensa. “Tem uma saída muito grande. E o público é diverso: desde adolescentes a idosos, que compram para decorar a casa, como uma sala de jogos, ou barzinhos e pizzarias”, disse. Na loja em que Gleice trabalha, uma geladeira amarela é o sonho de todos os clientes. O preço, porém, é salgado: R$ 8 mil.
Foto: Raynere Ferreira |
Numa outra loja, a procura também é grande. Além de produtos que lembram modelos antigos, como porta-retratos e kits de caipirinha, há rádios com aparência antiga que têm entrada para cartões de memoria e máquinas fotográficas de filme, como aquelas que usávamos anos atrás. “A nossa clientela é formada, na maioria, por mulheres de 18 a 36 anos. Nas lojas da franquia espalhadas pelo Brasil, as compras são para presentes. Em Roraima, é diferente: os clientes compram para decorar a própria casa”, disse a gerente da loja Virgína do Vale.
FONTE: http://www.folhabv.com.br/noticia.php?id=167853
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