Coluna FALO MESMO

A música, em todas as suas vertentes, sempre conseguiu reunir milhares de pessoas, por várias razões: por diversão como Rock In Rio; por idealismo, como SWU e Woodstock ou por uma causa como Live Aid.

Grandes festivais movimentam o mundo há anos. Wacken; Lollapalooza, Ozzyfest, Rock Am Ring, Download, afins. O Brasil estava fora desse circuito havia um tempo, mas no ano retrasado, foi dado o pontapé para o retorno. Então aconteceu o 1º SWU com a presença de bandas como Linkin Park e Rage Against The Machine, e, no ano passado, veio Rock In Rio, trazendo System of The Down, Metallica, Slipknot, Evanescence, Coldplay, dentre tantas outras bandas bandas ‘top’ do Brasil e do mundo. E, pra finalizar, SWU trouxe Megadeth, uma das bandas mais esperadas em terras tupiniquins, Down, Faith No More! Não decepcionou com as atrações. Outros grandes festivais como Planeta Atlântica, Maquinaria, acontecem pelo resto do país. E temos a promessa para neste início de ano, do Festival Metal Open Air, que promete trazer atrações como Anthrax e Blind Guardian!

Pra quem ainda não sabe, antes do eixo quebrar, festivais de médios portes já conduziam bandas por diversas cidades no Brasil. Quem nunca ouviu falar do Porão do Rock em Brasília? Ou do Abril Pró Rock, de Recife, que neste ano, vai ter Brujeria e a banda Exodus, na sua programação? Hoje, podemos dizer que esses festivais já alcançaram a maior idade. Depois, vieram festivais como Se Rasgun, em Belém, Quebramar, em Macapá, e Grito Rock America do Sul. Roraima entrou no circuito com o Fest Rock, Grito Rock, Tomarrock e Skinni, demonstrando que quer fazer, mas que ainda falta muito pra chegar lá! Mas, posso dizer que a torcida é muito grande para que a cena musical, em todas as suas vertentes, se profissionalize e cumpra com a cartilha! Seria muito legal e bom pro ego que alguma banda de Roraima se destacasse nacionalmente. Temos potenciais de quilo! Mas, ainda tem a famosa distância! Estamos tão distantes da grande mídia, do eixo onde tudo acontece: Rio-Sampa. Ah, podemos incluir Minas e Porto Alegre, também nessa rota!

Os festivais que poderiam incentivar as bandas melhorarem e a crescerem, atrapalham mais ainda. As bandas, além de bancarem sua arte, comprando instrumentos, ensaios, pagando aulas de música, precisam bancar suas idas para esses festivais. Levando em consideração que moramos no extremo norte, e pra sair daqui e voltar a tempo para o trabalho, tem que ser de avião e as passagens custam os três olhos da cara! Já viu, né!

Se por um acaso esses festivais fossem como o Rock In Rio ou SWU, que pra participar era só bancar passagem e não cobrar cachê? Rapaz, até eu iria! Na hora! Porque com toda aquela estrutura de som, iluminação e imagem, divulgação mundial, aí sim, vale a pena! Neguinho pagaria pra tocar num festival assim! Mas, putz! Pense você: sair do conforto do seu lar, pra passar frio ou fome, em outra cidade que você não conhece ninguém, sem receber nada (pra, pelo menos, ficar em algum hotel e descansar) e ainda ter que fazer um belo show... Tem que ser muito bom mesmo! E ter sorte! Quando se consegue achar algum produtor de verdade, preocupado com o seu evento, com a repercussão, o que inclui divulgação, ótima estrutura física e material e de logística, aí você acerta na loteria! Depois de horas de viagens de carro ou avião (quando as economias dão!), quem não fica feliz em encontrar uma cidade aconchegante e com boa recepção? Enfim... Passar por tudo isso e não ter pelo menos um som e iluminação decente e uma boa divulgação... É fim de carreira! Tem que se valorizar! E tem que ser bom pra merecer tudo isso, também!

Bom, o ano de 2012, - apesar da grande torcida pra que ele acabe antes do dia 31 de dezembro! - penso eu, pode continuar a nos presentear com bons shows! Bandas como Angra, Hangar, Oficina G3, NX Zero, estão nos devendo uma visita por aqui. Eventos como o Encontro Internacional de Motos de Alta Cilindrada tem sido uma grande oportunidade para trazer bandas boas para Roraima! Fica a dica para os promotores! Quem sabe, uns artistas internacionais não passem por aqui? Seria ótimo!

Enquanto isso, as bandas locais continuarão na sua lida, tocando no bar do Chacrinha, no Bar do Motoclube, em pequenos eventos, buscando melhorar o seu som, fazendo ótimas canções. Só pedimos como público, que os organizadores possam nos presentear, em seus futuros eventos, com uma ótima organização, com um perfeito som e iluminação e, que possam presentear as bandas, dando o mínimo de estrutura física e financeira, pois todo o trabalhador tem direito a receber pelo seu trabalho. No final, o espetáculo será maravilhoso!

Por isso, promotores, seus eventos sempre são bem vindos quando eles enaltecem o público e seus participantes!

Que o rock roraimense, regional e nacional cresça muito mais neste ano!

Let's rock!