Acabando de voltar do almoço (que felizmente estava ótimo), finalmente posso sentar na frente do notebook e “digerir” (não sei se esse seria o termo correto pra se aplicar aqui) e, principalmente, COMENTAR a matéria de capa da Ilustrada de hoje, da FolhaSP.
É algo ESTARRECEDOR ler a reportagem escrita pela dupla Ana Balloussier e Matheus Magenta (quem?), que fazem uma “radiografia” (chapa branca total, diga-se) da organização Fora do Eixo e do seu PODER POLÍTICO hoje na pobre Cultura desse país.
Estarrecedor porque esse pessoal começou do nada em Cuiabá, há sete anos (e eu acompanhei o trabalho deles muito de perto, durante uns cinco anos) e hj, com o olho mega gordo e as garras em cima do poder público e da teta pública, montaram um AUTÊNTICO APARELHAMENTO em São Paulo, objetivando ARRANCAR O MÁXIMO POSSÍVEL DE GRANA do Governo e tb ter A MAIOR INFLUÊNCIA POLÍTICA possível na cena cultural do país.
Nada contra uma entidade apresentar propostas e projetos culturais e sociais bacanas e, a partir deles, começar a se projetar nacionalmente. Eu mesmo assumo que fui a Cuiabá pelo menos seis vezes por conta deles (na época era a produtora Cubo, gerida pelo mesmo Pablo Capilé que ninguém conhecia, e que hoje é possivelmente o sujeito mais poderoso da cena indie nacional e cappo das TENEBROSAS TRANSAÇÕES que envolvem a ONG e o poder público). E por ter acompanhado durante alguns anos e tão de perto seus festivais e projetos paralelos, é que fico INDIGNADO E PASMO com a matéria da Folha.
Esse pessoal realiza festivais e eventos TOSCOS pelo país todo, com estrutura de som e luz precária (perdi a conta de quantas vezes vi o som de palco pifar nos festivais que acompanhei de perto, em várias partes do Brasil).
Desde que o Fora do Eixo foi implantado, ele movimentou sim e abriu espaço para CENTENAS de bandas tocarem nesses festivais. Mas 95% delas NUNCA receberam cachês por esses shows – sendo que muitas eram obrigadas até a custear suas passagens do próprio bolso, pra poder tocar nesses festivais. E pra produzir esses eventos o FDE sempre ARRANCOU dinheiro do poder público. No que foi destinada essa grana, então?
A reportagem da Folha (volto a repetir: total chapa branca) destaca que a entidade está expandindo sua área de ação, com universidade, consultorias, atuação nos campos social e político. Defende programas bacanas como a inclusão digital. Tudo ótimo, tudo lindo, mas quando se lê na própria matéria que em três anos os projetos do FDE movimentaram R$ 42 milhões de reais (!!!), sendo que 30% desse total (R$ 12 milhões) vieram do PODER PÚBLICO, a pergunta que não quer calar é: pra onde foi toda essa grana? É muito, mas muito dinheiro.
E é uma vergonha a Folha, o principal diário do país, abrir espaço de capa em seu caderno cultural, para encher a bola desse povo sem uma vírgula de contestação no texto, sem um “outro lado” que ouvisse os que estão hoje “fora” do eixo de VERDADE e alijados da PANELA em que se transformou o FDE.
Há em toda a matéria apenas uma opinião discordante, a de Paulo Sarkin (vice-presidente da Federação Nacionais dos Músicos Profissionais), que declara na reportagem: “o discurso messiânico deles serve para solidificar uma panelinha na qual só tocam aqueles que se dispõem a enfrentar um esquema amador e cachês incertos. Ou seja, para jovens aventureiros”.
Porra, puta que pariu, caralho, que país é esse afinal? Onde está o MINISTÉRIO PÚBLICO que não INVESTIGA a atuação dessa entidade??? Em qualquer país SÉRIO do mundo (como o Japão, por exemplo), esse pessoal já estaria na mira da polícia e do Ministério Público, mesmo que no final a investigação atestasse a total IDONEIDADE da atuação da entidade.
Mas aqui não. Aqui é a terra do oba-oba, sempre. E como o oba-oba não pode parar esse bando que comanda hoje TENEBROSAS TRANSAÇÕES com o poder público (quem é o “Marcos Valério” deles? Quem é o “operador do mensalão”, do Fora do Eixo, afinal?
Qual o interesse afinal do Ministério da Cultura e da Secretaria Estadual da Cultura de SP, em apoiar tanto e com VERBAS GORDAS essa turma? Vai fazer no carnaval, entre outros milhares de “eventos”, o Grito Rock SP, no muito nobre espaço do Auditório Ibirapuera, em São Paulo. Com curadoria do mais pilantra, escroque e escroto ainda Alex Antunes, um exemplo hoje em dia de mau caratismo no jornalismo cultural falido brasileiro.
Quem vai tocar nesse Grito Rock??? Qual vai ser o “cachê” das bandas pra participar do evento? Nem é preciso responder, né?
Volto ao assunto, disparando CHUMBO GROSSO na parada, na Zap’n’roll desta sexta-feira. Quem quiser ler a matéria da Folha (onde aparecem várias fotos do cappo da história, mr. Capilé, que também o que está na foto aí embaixo deste post, ao lado do lambe-bagos, fofoqueiro e sujão Alex Antunes), ela está na capa da Ilustrada de hoje, e também na versão online do jornal.
Assina Humberto Finatti.
* A opinião deste artigo é de responsabilidade do seu autor, e não representa a opinião do Blog Roraimarocknroll.
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Saudades de quando embrulhavam peixe com jornal.
ResponderExcluirisso é uma vergonha. as mesmas mentiras da politica, no fim, é apenas politica
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