por Ellen Carmaine*
A HISTÓRIA DO ROCK - PARTE 3
E as pedras rolaram na Inglaterra. Muitos grupos ingleses também fizeram sucesso no mundo! Grupos como os Rolling Stones e The Who marcaram os anos 60.
O nome veio de uma música de Muddy Waters - rolling stones gather no moss (pedras que rolam não criam musgo) - e assim nascia Rolling Stones, fundada pelo guitarrista Brian Jones. O vocalista, Mick Jagger tornou-se líder após a saída de Jones. A influência negra é uma das marcas do grupo, além da sensualidade e uma certa androginia, características da performance de Jagger. Polêmica e, também, contestadora, um dos maiores sucessos da Rolling Stones foi e, depois de décadas, ainda é, é a música (I Can't Get No) Satisfaction.
Outra banda que merece destaque no cenário roqueiro da mesma época é The Who. A banda conseguiu unir a busca pela sinestesia e a sensualidade na ópera-rock "Tommy". O que mais caracterizou The Who foram as suas performances. Antes de Nirvana detonar seus instrumentos, The Who o fez isso primeiro. Esse costume se tornou comum entre as bandas rock posteriormente e isso tem uma explicação. Segundo estudiosos das manifestações culturais de antigas tribos, a raiz desta atitude dos artistas de rock está no potlatch.
O potlatch é uma prática das sociedades primitivas que consiste na troca ou destruição de bens pelos chefes dos clãs ou da tribo. O líder afirma com esse gesto sua independência, mostrando maior capacidade de retribuir do que de receber. (…) desafia assim os chefes de outras tribos a negarem, como ele, a riqueza, recolhendo desse ato de aparente autodestruição um prestígio político imenso, e reforçando sua imagem junto aos seus. (MUGGIATI, 1985, p. 100).
E isso era aceito pelo público, o que mostrava uma nova forma de comunicação entre a banda e a platéia de seus shows. Daí, nascia o famoso Hard Rock, por ser um estilo mais pesado e sofisticado e com atitude.
Nesse contexto, começaram a surgir guitarristas que herdaram o virtuosismo de Hendrix, como Eric Clapton e Jimmy Page. Clapton fez parte da banda Cream, que se preocupava mais com a elaboração instrumental, isto é, muitas melodias e solos de guitarras bem trabalhados. O grupo alcançou níveis sonoros de uma orquestra apenas com o som de estúdio, algo inédito naquela época. Com isso, Cream teve grande repercussão, tendo o álbum "Disraeli Gears" como o mais vendido nos Estados Unidos. Já Jimmi Page, tocou inicialmente, com The Kinks e Joe Cocker. Também integrou o grupo Yardbirds (que posteriormente se transformaria no led Zeppelin, nos anos 70), a convite do guitarrista Jeff Beck. Eric Clapton também havia passado pela banda, o que caracterizou-a como a banda de grandes guitarristas. Page influenciou muitos guitarristas nas décadas seguintes e se utilizava das escalas de bles para compor músicas de rock.
Antes da virada anos 60/70, se firmar como a época de novas revoluções musicais, veio a sagração da contracultura: o Festival de Woodstock. Entre os dias 15 e 17 de agosto de 1969, após os acontecimentos políticos de 1968, o festival representou a convergência cultural do movimento hippie. Em um grande campo aberto, em White Lake, New York, cerca de 500 mil pessoas viveram três dias de "paz e amor", embaladas pelo som dos maiores artistas de rock.
O ingresso para um dia de Woodstock custava 7 dólares, mas a maioria do público quebrou as cercas e entrou sem pagar nada. Joan Baez, Janis Joplin, Jimi Hendrix, The Who, Grateful Dead, Joe Cocker, Creedence Clearwater, Jefferson Airplane, entre outros, se apresentaram a uma multidão que aguardava o sonho hippie ser concretizado. Na realidade, os que vivenciaram os três dias de festival, "saíram de lá sentindo-se ungidos de santidade, como seres privilegiados de outro planeta, superior" (MUGGIATI, 1985, p. 45). O evento foi documentado em um filme de mais de três horas de duração, dirigido por Michael Wadleigh.
Mas, o sonho acabou.
Após os assassinatos da atriz Sharon Tate (mulher do diretor de cinema Roman Polanski) e do casal Labianca, cometidos por fãs hippies fanáticos, seguidores da seita liderada por Charles Manson, abalando o mundo e ajudando a exterminar o movimento hippie nos Estados Unidos. "Misturando Bíblia e Beatles em sua imaginação distorcida, Manson lhe dava uma interpretação altamente pessoal, em que se via como o agente de um novo Apocalipse" (MUGGIATI, 1985, p. 49). Tanto na casa de Sharon como do casal Labianca, foram encontrados inscrições a sangue nas paredes. No último caso, as palavras PIGS E HELTER SKELTER foram escritas com o sangue das próprias vítimas na porta da geladeira. As palavras são alusões a duas cançoes dos Beatles: Piggies e Helter Skelter.
Além do desastre do Festival de Altamont, onde um dos membros do Hell Angels esfaquearam um jovem negro, o ex-guitarrista do Rolling Stones, Brian Jones veio a falecer, em 1968. O acontecimento antecipou a perda da tríade Janis-Hendrix-Morrison, já citada por aqui. Isso resultou em um grande desfalque para a música, fazendo da década de 60, a década mais triste para o rock.
Fonte: Club Rock Brasil
*Ellen Carmaine é produtora musical da produtora cinematográfica da Camera Pro Films, guitarrista da banda Klethus e, nas horas vagas, gosta de navegar na internet garimpando novidades musicais.
Potlatch, nunca tinha ouvido falar, mas acho q o ato do Pete Towshand não teve nada a ver com issso. acho q é mais uma relação comparativa com esse ritual..
ResponderExcluire a tríade de 60, Janis, Jim e Jimmy.. depois deles, nada foi tão bom no rock.. prova que se ouve até hoje as musicas feitas a quase 50 anos atras..
valeu, bom post ellen!
ei po, cade a execução do lastro de atualização informativa musical bloguística ? vamos consolidar logo aí o lastro para atualização para demanda de visibilidade dos leitores.
ResponderExcluirAproveitando a oportunidade, estou demandando aqui oficialmente a autorização de lastro de permissão para publicação de coluna própria para entretenimento público com objetivo de consolidação executiva de informação pertinente ao ambiente de lastro musico-artistico independente local.
sacou? heuahuea
rapaz...me sinto culto depois de tanta informação preciosa... parabéns por não contribuir, simplesmente, com porra nenhuma...
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