Por Victor Matheus - Blog Roraimarocknroll
No sábado, a chuva tentou estragar a festa, mas no domingo ela só ficou na ameaça. Sem dúvida a melhor noite do GR BV, com muitas surpresas, momentos inesquecíveis, e a certeza que em 2011 a cena local vai ferver.
GRITO ROCK BOA VISTA 2011 – 2ª NOITE
VIVERDE
Eu continuo achando que o GR BV é o melhor termômetro pra saber o que vai rolar na cena local durante ano. É nesse evento que descobrimos novas bandas, temos as surpresas e criamos nossas expectativas.
O trio VIVERDE, formado por MARCELO (V,G), JUNINHO (B) e CLÁUDIO (Bt) foram os responsáveis pela abertura da 2ª noite. Como leva no nome, a banda apresentou um show “verde”, e aqui vai o primeiro mandamento pra qualquer banda que está começando: AFINEM SEUS INSTRUMENTOS ANTES DE TOCAR. Sabe por quê? É meio caminho andado se quiserem tocar bem e nossos ouvidos agradecem. Bem, posso dar um desconto pois os 3 faziam o segundo show da banda, e encarar essa batata quente não é fácil.
Apesar da inexperiência da banda, foi perceptível o esforço do trio em fazer o som rolar. Me agradou muito a proposta do grupo, que resgata um segmento interessante mas pouco explorado ainda em Boa Vista, que é o rock alternativo, no qual têm muito público em Boa Vista consumindo esse tipo de música e falta bandas pra suprir.
O vocalista e guitarrista MARCELO tem um timbre de voz bacana, mas ainda não sabe usá-lo a seu favor. Com a prática vai cantar mais seguro e dar conta do serviço. As linhas de guitarra são bem dinâmicas e dá ar fresco aos ouvidos quando se tem numa cidade quilos de bandas tocando músicas de 4 notas e garotos dando saltinhos de gazela. Falta técnica e habilidade pra tocar e cantar, mas sobra criatividade. Ponto positivo. Já o baixista JUNINHO precisa comprar um afinador urgentemente. Toca certo, o simples, mas eficiente. Só precisa se ligar mais no show. Com o tempo vai aprender. O baterista CLÁUDIO parecia ansioso, querendo comer a bateria, descendo a mão, o que não é nada ruim. Também falta técnica, mas sobra vontade, e dá prazer ver garoto descendo a marreta na bateria.
Abriram o show com um cover de ARTIC MONKEYS, e depois de uma meia afinada nas cordas, mandaram o resto do show com músicas próprias. Tá aí um exemplo de banda que sabe o que quer e não tem medo de por a cara pra bater. Palmas pra eles.
No meio do caldeirão dá pra separar o joio do trigo, e este é o caso da VIVERDE. Pra mim, a BANDA REVELAÇÃO do GR BV e os melhores herdeiros do legado deixado por SOFIA NÃO FOI A ESCOLA e SOMERO.
ELVIS FROM HELL
Das bandas novas que surgiram nos últimos 2 anos em Boa Vista a minha favorita é a ELVIS FROM HELL, simplesmente porque eles são honestos no que se propõem a fazer, se esforçam pra melhorar, tocam o bom rock n’ roll de 3 notas, letras divertidas, e tocaram a MELHOR MÚSICA DO FESTIVAL – Jhonny Maneiro.
É perceptível o esforço da banda em tentar fazer um show cada vez melhor, e isso foi constatado. Melhoraram na postura de palco, largaram aquele visual true e resgataram um look mais vintage que caiu como uma luva com o som que eles estão fazendo.
Também estão tomando mais cuidado com o repertório do show, jogando a favor do time.
Apresentaram músicas novas, na mesma linha, com mais peso e letras divertidas. A fórmula tá funcionando e é esse o filão deles. Em resumo, o que falar das músicas? Pouca dinâmica, sujeira no som, mal tocado, mas com vontade, por garotos que querem se divertir. É esse o espírito do rock n’ roll.
Não há na banda grandes músicos, mas no conjunto soa razoável. LEON vem melhorando no baixo, tocando mais reto, mas precisa tirar a palheta da mão e voltar a tocar com os dedos. Sua postura é aquela dos true e cai bem. O visual meio grunge também. Tá fazendo o dever de casa. Já o guitarrista NETO ainda deixa o nervosismo tomar conta da mente, e não relaxa. Precisa se soltar mais, estudar seu instrumento e se divertir no palco, igual o Jhonny Manero.
O calcanhar de Aquiles da banda continua sendo a bateria, e enquanto o AFONSO não melhorar como músico a banda continuará empacada e prejudicando a harmonia das suas músicas. Resta ao vocalista e guitarrista YURI tomar a frente e vestir sem medo a camisa de front-man. já interage mais com o público, tem ao seu favor um timbre de voz invejável mas que pode ser mais explorado ainda, e tocar a guitarra com mais tesão. Só depende dele.
Os garotos da ELVIS FROM HELL estão fazendo o dever de casa certinho, tendo a sensibilidade de perceber suas falhas e tentando corrigi-las. É provável que eles nunca alcancem o estrelato, mas sem dúvida daqui uns anos terão seus méritos como artistas, e um espaço na memória de quem curte rock n’ roll em Boa Vista.
ELIAKIN RUFINO
“Muito sexo, drogas e rock n’roll” exclamou ELIAKIN RUFINO no final de sua participação no GR BV. Dispenso comentários sobre o músico-poeta-filósofo-professor-pai-ativista e a voz mais contextadora do trio roraimeira.
No melhor estilo Bob Dylan, pegou seu violão e botou todo mundo pra dançar na reggueira com ele. Tocou os sucessos , entre eles Mosquito da Malária, Solana,e outras novas, cantadas pelo público na maior vibe do paz e amor. Soltou suas costumeiras críticas filosóficas que poucos e inteligentes sacam e deixou seu recado.
A experiência de um músico que dá aula no palco, e sabe onde quer atingir com sua arte é o maior legado de ELIAKIN RUFINO, que sobrevive a prova do tempo, e a exemplo da turma das antigas, não quer parar e viver do passado. Saravá, Axé babá!
SHEEP
A SHEEP já foi a promessa do rock roraimense. Ficou na geladeira por um tempo. Voltou a cena, chutou a porta e reivindicou seu espaço de direito e mérito. Trouxe pro GR um show novo, deixando de vez ao vento o passado e se mostrando disposta a arriscar. Já estava na hora.
Começaram o show com 2 músicas novas que mostram bem pra que direção a banda quer seguir. Assumiram de vez suas influências nas músicas novas. É como ouvir Alice in Chains e Soundgarden cantando em português, o que não é nenhum demérito. Esse filão tem mercado, a exemplo de Reação em Cadeia e tantos outros, e é nesse caminho que a SHEEP tem que apostar.
A guitarra de DIEGO MOITA entrou bem no som da banda, mas ele ainda parece um músico contratado, pra fazer a figuração e segurar a base, tudo porque seu visual hard rock destoa do resto do grupo, que abandonou os cabelos grandes e as camisas de flanela. HANDSON é o típico guitarrista competente, que segura a onda, tem boas idéias nos seus arranjos, faz um back vocal eficiente e tem a postura do tipo “to curtindo minha onda tranquilão”. A mesma postura tem MATHIAS “GAZELA”. Competente no baixo faz o básico ao mesmo tempo em que dá brilho ao som do grupo. SAMUEL parece que voltou a gostar de tocar bateria. Tá descendo a lenha. Competente e seguro. Sem comentários. O nosso Kurt Cobain RAMON HIAMA precisa urgentemente voltar a tocar guitarra. É dono da melhor voz de rock atualmente em Boa Vista, mas se apaga sem um instrumento nas mãos. Já passou da hora de pagar de depressivo, e interagir mais com o público, porque carisma tem, e isso faz muita diferença num show.
O único pecado da SHEEP no GR foi na escolha do repertório do show. Devia mesclar mais as baladas com as músicas mais densas e pesadas, porque em certos momentos se tornou enfadonho o show, mas sei que vão tirar isso de letra pela experiência que tem no palco.
A SHEEP voltou melhor do que minhas expectativas. Está pronta pra circular, mas ainda falta mais articulação dos seus músicos. Insisto mais uma vez, que talento o grupo têm, e só depende deles mesmos saberem onde querem chegar com sua música.
KANDELABRUS
Na batalha há 5 anos fazendo um HARD METAL CRISTÃO com competência, a banda KANDELABRUS fez o show mais técnico e virtuose do GR.
Bons instrumentistas somados a composições interessantíssimas equilibrando peso, agressividade, virtuose e boa postura de palco dão a KANDELABRUS o status de banda grande e indispensável em qualquer festival de rock em Roraima.
JG canta e toca guitarra como quem assisti desenho animado. Seu timbre de voz grave, hora limpo, hora rasgado, dá dinâmica nas linhas vocais. O baixista VANDERSON é o exemplo de músico competente que faz o feijão com arroz com pitadas de molho rose. Já o baterista RONI abusa da técnica sem soar exagerado ou prepotente. O Destaque da banda fica por conta mesmo do MELHOR MÚSICO do Festival – o guitarrista GUTO. Bom músico, com solos inspirados, dono de uma técnica que faz inveja a muito guitarrista, tranqüilo, seguro e eficiente ainda deu de brinde no final do show da banda uma música instrumental.
Com direito a solos de bateria, duelos de baixo e guitarra, coro e aplausos da platéia, a KANDELABRUS entregou um dos melhores shows do GR de 2011. Tiro meu chapéu para esses 4 caras que sabem fazer e tocar música boa. É aguardar agora o CD prometido pra 2011.
TUDO PELOS ARES
Pra resumir a história: O MELHOR SHOW DO GRITO ROCK BOA VISTA 2011!
Com jeito de tiozão que curte gelada e futebol no fim de semana, o careca bom de gogó e guitarra EDU deu aula de como rockstar tem que se portar no palco. Entornou cerveja no palco, chamou o público pra cantar junto, contou piada e mostrou que não precisa ter cabelo e calça apertada pra tocar rock n’roll de “homi sério”. O quase “meliante” baixista MARCELO é a própria postura de um rocker: perna aberta, baixo no joelho descendo a mão nas cordas. O guitarrista solo LUIGI mostra que beber da fonte de ANGUS YOUNG não faz mal nenhum, e o baterista JR além de tocar pra caralho (é a única frase que consegue traduzir o que penso dele) também canta, e usa um lenço na cabeça muito true anos 80. Foda!
É disso que podemos esperar de uma banda com 20 anos de estrada. Um show fudido que fez tremer o Velia Coutinho. Curti o visual da banda que faz a linha PANTERA, soando muito na pegada do AC/DC e VELHAS VIRGENS, com letras bem sacadas. É o típico rock n’roll que faz a minha cabeça, e não pude deixar de constatar essas semelhanças.
O público pirou com a banda. Era mosh, gritos, palmas, cabeças batendo, roda punk e os c*****. A farra tinha começado e o jogo estava ganho já na primeira música. O ápice aconteceu quando a banda puxou IRON MAN, cantada pelo baterista JR que levou o público a loucura, e deixando um sorriso de satisfação no rosto desse que escreve. Ganhando de goleada, ainda chamaram MANOEL VILAS BOAS pra cantar HIGHWAY TO HELL. Não precisa nem dizer o que aconteceu...mas vou continuar.
O público ficou em êxtase e a banda terminou seu show, com o baixista MARCELO protagonizando o momento memorável do GR dando um mosh e sendo carregado pela galera nos braços no mesmo estilo JACK BLACK em School of Rock.
Show impecável, da melhor banda que passou pelo palco do GR BV. Por mim o festival acabava ali mesmo pra juntar a galera e correr pro bar enxugar umas.
São bandas como a TUDO PELOS ARES que provam que a chama do rock n’roll nunca se apaga! Rock N’Roll Rules! Yeah!!
JAMROCK
No GR BV 2010 a JAMROCK fazia sua estréia no festival. Em 2011 ficou com a responsabilidade de fechar o festival.
Parecia que a noite seria da JAMROCK, pois desde as 7 da noite circulavam pelo evento várias pessoas com camisetas da banda aguardando pacientemente o show do grupo. Se a banda anterior não tivesse destruído tudo e fechado a conta do festival, provavelmente o melhor show do GR seria da JAMROCK, pela expectativa que foi gerada, pela produção do show e pelo trabalho da equipe de apoio da banda.
Já passava da 1 da manhã quando a JAMROCK começou a se aprontar pra fechar o GR e o público ansioso já se apertava na frente do palco, gritando o nome da banda. Esse tipo de cena só via até então com bandas grandes vindas de fora tocar em BV. Acredito que parte disso se deve ao trabalho da banda em se divulgar, a sua constância de shows na agenda e é claro, ao bom trabalho do grupo no palco.
No backstage o que se via era uma turma dando o sangue pra fazer a parada acontecer. Namoradas auxiliando os músicos, “assistentes de palco” e toda uma estrutura de apoio que só vemos em bandas grandes. Tinha algo rolando aqui que ia ficar na história mesmo.
Ao anunciar o show o público enlouqueceu, e quando a banda subiu no palco, já na primeira música, pude constatar com orgulho que “as sementes de ontem deram frutos”. A JAMROCK se portou como banda grande fazendo um bom show, com o jogo já ganho, o público cantando as músicas como se fosse o último momento de suas vidas.
O baixista e vocalista HUGO mostrou totalmente domínio do seu instrumento, fazendo bem as linhas de baixo do reggae e cantando afinado. A vocalista e guitarrista GABI dá um charme a banda. Seu vocal é doce, e lhe cai bem cantar acompanhada de um violão. Deveria continuar tocando assim e largar a guitarra. Soa melhor e visualmente é muito interessante. O baterista ROBERTINHO tocou seguro, mostrando estar melhor no seu instrumento. O guitarrista YAGO é um caso a parte. Parecia que tinha saído da piscina pra ir pro show. É o típico talento natural. Tem umas sacadas legais na guitarra e sabe explorar os timbres, dando dinâmica nas músicas.
O bola fora pra mim foi a entrada de 2 novos integrantes, totalmente desnecessários. O tecladista KNOT só ocupou espaço e mais atrapalhou do que ajudou. Não se ouvia nada do seu teclado, além de ser um figurante que não acrescenta em nada ao som da banda. É melhor o grupo por um músico de apoio que toque o instrumento de verdade pra valer a pena, do contrário, ter um integrante inútil só queima o som da banda. PEU na percussão faz o trabalho certinho, mas convenhamos que precise muito mais do que apenas batucar umas panderolas e dar uns apitos. Uma percussão bem tocada dá brilho nas músicas, com certeza, mas da forma que está, só embrulha o som, felizmente não a ponto de comprometer o show.
Não tenho mais dúvida que a pegada da JAMROCK é o POP REGGAE. Show gostoso de ver, na levada praieira. A banda está prontinha pra circular e se arriscar em vôos mais altos. É preciso ainda mudar o nome urgentemente, pois de rock a JAM só tem o nome, e seguir nessa linha do POP REGGAE onde a banda fica confortável em tocar e ganha o público. O caminho a seguir já pode ser visto no horizonte, e só depende deles mesmos aproveitarem o momento e apostar. Parabéns.
*Crédito das fotos – NUCOM Canoa Cultural
Fala galera do blog RORAIMA ROCK'N'ROLL foi um grande prazer para a banda KANDELABRUS tocar pela segunda vez no maior festival de música independente o GRITO ROCK o maior evento das américas...pods crer! Desejamos sucesso ao blog por levar a notícia ao público e também ao COLETIVO CANOA.
ResponderExcluirPois é.. Tô sabendo que qualquer um agora pode se meter a crítico. É só achar que entende um pouquinho e seguir falando. Lamentável, isso. Julgar a performance da Jamrock como ótimo e de outras bandas como "foda pra caralho" só me faz levantar que tipo de crítico temos aqui. Não estou desmerecendo as outras bandas.. Demonstraram ótimas performances. Mas acho que se um crítico não consegue nem conter seu vocabulário CHULO em um blog aberto à todos os tipos de público, ele não tem cacife para ser crítico.
ResponderExcluir( * ): Douglas Lemos, é estudante de JORNALISMO da UnB (UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA) e acompanhou o Grito Rock 2011
Douglas Lemos.. se pra ser jornalista não precisa de diploma.. quanto mais pra ser blogueiro.. kkk.. estudante de jornalismo, ainda mais da Unb, deveria pelo menos saber que Blog eh uma ferramenta livre, cada um escreve o que quer.. até mesmo com os clássicos "kkk" e "eh" e outros sucessos da nova linguagem.. F5 aí.. hauhuauha
ResponderExcluirChupa Douglas!!!! estuda Filho , estuda mesmo! Vc quer Impor regras, diretrizes, censura nos blogs? Procura blogs que falem de Machado de Assis e vai dormir otário!
ResponderExcluirGrande " Douglas Lemos" o estudante de jornalismo da Univer.... ops, esqueci de colocar em caixa alta, afinal é a UNB !!!! kkkkkkkkkkkkkkkkkkk
ResponderExcluirEsse Douglas nem passou no vestibular da UnB! HAHAHA
ResponderExcluirPorra se ele soubesse veria que a jamrock foi elogiada,Caralho UNB valeu DOuglas UNB,e uma honra pra nòs temos vc aqui,,e desculpa o erro de português ai po quando eu cresce quero ser igual vc ..
ResponderExcluirDouglas De Assis..